Tennis World Tour – Análise

2018 testemunhou o muito aguardado regresso do ténis ao mundo dos videojogos, partindo de fontes deveras improváveis como são o estúdio Big Ant, de AO Tennis, e agora o Breakpoint Studios, que nos traz o Tennis World Tour, publicado pela Bigben Interactive e apresentado como sucessor espiritual do saudoso Top Spin 4 (2011).

vem ajudar a suprir uma falha no catálogo das consolas atuais.

Desde que o fui experimentar ao recinto do Estoril Open que encaro Tennis World tour com optimismo, exatamente porque vem ajudar a suprir uma falha no catálogo das consolas atuais. Tivemos casos de jogos de ténis de sucesso no passado, pelo que era difícil compreender o eclipse virtual da modalidade nas mais recentes máquinas de jogo.

Mas como é que se comporta tendo como base os títulos passados? Se pensarmos na franquia Virtua Tennis como um modelo arcade e Top Spin como simulador, diria que Tennis World Tour se situa algures pelo meio, no sentido em que consegue alcançar níveis próximos da diversão do primeiro, e embora almeje, não chega perto da autenticidade oferecida pelo segundo.

Inclui quatro modos de jogo, mas o seu principal pilar é o modo carreira, através do qual podemos criar e melhorar as características do nosso próprio tenista, levando-o ao topo do Rank ATP. Existem dois tipos de protagonista nos videojogos, aquele que se apresenta já caracterizado e o qual conhecemos vivendo a sua história, e um outro desenhado para ser uma folha em branco, para nele podermos projetar a nossa própria identidade (ou a do vizinho, dependendo do gosto de cada um). O ténis é ideal para este segundo tipo, até porque se trata de um desporto individual. Com o Futebol funciona pior, por exemplo, há modos estilo Rumo ao Estrelato que chegam perto, mas passar 50-70% do tempo a olhar para a bola é mau na vida real, e péssimo na virtual.

consegui montar um avatar aceitavelmente parecido comigo…

O sistema de criação de personagem tem poucas opções, mas consegui montar um avatar aceitavelmente parecido comigo, com a vantagem de ter os músculos no lugar onde os meus deviam estar. A partir daí abre-se um calendário de competições em que podemos e devemos participar para ir subindo de nível, sempre com algum cuidado na gestão da fadiga, que é afetada não apenas pelas partidas em que participamos, mas também pelas viagens. Um mês onde temos a opção de nos deslocarmos ao Dubai para um torneio, é um bom mês para descansar.

O modo está ainda segmentado por aquilo que esperava serem dificuldades, mas que são antes níveis de aproximação à realidade. Uma partida de ténis é longa, os Grand Slams então são sofríveis, e no caso dos videojogos, os jogadores tendem a desejar um feedback rápido, pelo que podemos optar por jogar com sets mais curtos. Pensem nos jogos de fórmula 1, duvido que existam muitos loucos a jogar com a quantidade real de voltas à pista.

Antes de entrar em concreto nas mecânicas e funcionamento geral do gameplay, uma palavra para a sofrível apresentação, um dos aspetos mais infelizes do jogo do Breakpoint. Os apanha bolas e juízes de linha parecem versões pobres da Android Sophia, a audiência é quase inexistente e o comentador tem muito pouca noção dramática, proclamando as nossas capacidades nas horas mais improváveis, como quando enuncia estarmos numa péssima altura para uma dupla falta, apesar da vantagem de 5-2; ou quando elogia o poder da nossa pancada, depois de ganharmos um ponto com um amorti.


Continua…

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