Dragon Ball Z: Kakarot – Análise

O impacto de Dragon Ball na vida de milhares é inegável, direta ou indiretamente, o fenómeno criado por Akira Toriyama deu-nos a conhecer a animação japonesa, de uma forma que nunca outra série fez. Algumas das minhas melhores memórias foram passadas a ver Dragon Ball Z na televisão, altura em que nem sabia o que era Anime, algemando-me durante horas a fio. Kakarot fez exatamente isso, colocando-me lado a lado com o meu eu de criança, deixando-me fascinado por algo que já vi vezes e vezes sem conta.

Dragon Ball Z: Kakarot teve a árdua tarefa de tentar replicar toda a saga Z, prometendo um RPG da famosa franquia, capaz de oferecer o que muitos fãs ansiaram durante anos, contudo, nem tudo resultou. O jogo da CyberConnect 2 quando funciona, funciona mesmo bem, oferecendo visuais ímpares a qualquer outro título de Anime, rivalizando os Dramatic Finish de FighterZ, mas na sua maioria, sofre do mesmo problema de outros títulos do género.

Não existe muito para falar relativamente à história, sendo ela uma cópia quase exata dos melhores momentos da série de animação, contendo até alguns dos fillers como missões secundárias, recompensando os fãs que ainda hoje vivem com aquelas imagens na memória. É das experiências narrativas mais fieis que vimos até hoje num jogo da franquia, sendo ideal para todos, quer sejam estreantes ou estejam a ver tudo isto pela quinta vez.

Ainda assim, fui abalado por um sentimento de decepção em várias instâncias. A simplificação do sentimento de raiva de Vegeta ao aperceber-se que a bola do dragão que escondera no oceano de Namek tinha sido encontrada, ou mesmo a ausência da infame cena “It’s Over 9000” deixaram-me de queixo caído pelos piores motivos, não conseguindo entender o porquê de tal decisão.

O combate é sempre um dos elementos que acaba por desiludir e em Kakarot isso não é exceção. Lutar torna-se entediante passado pouco tempo, uma vez que não se diferencia muito daquilo que aprendemos logo no início do jogo, não há uma evolução das mecânicas à medida que avançamos, sem ser a integração das transformações, que obviamente, são previsíveis para quem conhece DBZ. Está longe de ser o pior Dragon Ball neste ramo, mas isso não é propriamente um elogio, não chegando perto dos divertidos Budokai Tenkaichi.


Continua…

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