Destiny 2: Beyond Light – Análise

Poucos jogos mantém o legado de Destiny, adicionando conteúdo de forma sistemática, apelando assim à legião de fãs que caminha ao lado da Bungie desde 2014. Com a clara mensagem de que teremos Destiny 2 até 2022, a equipa lançou Beyond Light como o primeiro passo desta jornada de dois anos, traçando assim um novo capítulo do looter shooter, com mudanças significativas que melhoram a experiência geral, mas que prejudicam os jogadores mais leais

A nova expansão leva-nos a Europa, uma lua de Júpiter, coberta por gelo e neve sob um brilhante céu azul escuro, concedendo ao título uma das mais bonitas e interessantes regiões da sua história. O lugar de origem dos Exo é agora palco de uma nova ameaça comandada por Eramis, que não só nos coloca frente a frente com o nosso maior inimigo, como ainda obriga a irmos contra tudo aquilo que nos foi ensinado.

Como muitos suspeitavam, a Darkness começou finalmente a tomar as proporções que há muito se namorava, trazendo consigo Stasis, um novo tipo de subclasse que usa o gelo e a Darkness como energia. Desde a introdução dos novos supers em The Taken King, que não víamos uma mudança tão drástica na base do jogo, com ramificações futuras em tudo aquilo que conhecemos, algo em si bastante positivo.

Stasis concede áreas de controlo e habilidades capazes de paralisar os inimigos, com atributos e poderes verdadeiramente refrescantes (pun intended), que há muito o jogo pedia. Fica claro que a Bungie se preparou para a sua introdução, desde o progresso para conseguir as novas habilidades como da sua própria utilização, por sinal, bastante divertida.

A história de Beyond Light é curta, mas dentro do que temos como comparação, é das melhores que assistimos em Destiny, com cinemáticas bem conseguidas e uma história simples que pisca o olho ao que aí vem. Eramis é arrepiante e a fusão com a Darkness providencia encontros marcantes, alguns dos melhores da série. O sentimento de progresso aliado ao desenrolar da história está tão bem conseguido, que o único problema é a rapidez com que tudo termina.

está tão bem conseguido, que o único problema é a rapidez com que tudo termina.

A Raid, como é tradição nos MMOs, é o pináculo de cada expansão, e Deep Stone Crypt não dececiona. Combates verdadeiramente desafiantes e puzzles que requerem a cooperação de toda a Fireteam, tudo sob uma narrativa concisa e que surpreendentemente, faz sentido. Visualmente é estonteante, obrigando-nos a explorar e combater no interior de uma cripta tecnologicamente avançada e de uma nave espacial.

O combate frente a ATRAKS-1 é especialmente marcante, com os jogadores a utilizarem pods para serem lançados no espaço, num frenético confronto que tem toda a galáxia como pano de fundo, relembrando alguns dos melhores momentos de Halo, prometendo cativar qualquer fã do estúdio.

Até aqui tudo soa bem e enquanto expansão, Beyond Light é envolvente e faz-se sentir como um novo começo, mas com ela trouxe a remoção de conteúdo com 3 anos. Este novo capítulo fez com que a Bungie decidisse remover 4 planetas, 7 Strikes, 2 mapas de Gambit, 11 mapas de Crucible (PVP), 5 Raids, e muitas outras coisas como armas exóticas, atividades, etc.

É fácil de entender o porquê deste reset tendo em conta que a experiência para novos jogadores, antes desta grande mudança, era avassaladora e bastante confusa, sendo o suficiente para afastar estreantes. Contudo, esta está longe de ser a solução ideal, retirando conteúdo que considero essencial ou pelo menos extremamente importante, sobretudo em modos como Crucible onde o level cap não é considerado e podem-se usar todas as armas.

Destiny 2: Beyond Light entrega aquilo a que se propõe, embora deixe o sentimento de que poderia ter sido tudo isto, mas numa escala maior e mais duradora. A introdução de uma nova subclasse, região e raid, todas elas com nota positiva, conseguem em parte afastar o sabor agridoce que é ver conteúdo que nos acompanhou ao longo de três anos, ser removido. É assim um novo começo, forçado mas esperamos que pelo melhor, que com isso a Bungie tenha encontrado o espaço que necessitava para fazer Destiny crescer e evoluir sem constrangimentos.

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