Asus ROG Phone 3 – Análise

A terceira iteração do ROG Phone volta a alimentar a demanda da Asus em criar o maior e melhor smartphone dedicado a jogos no mercado, com um maior número de acessórios e uma série de pormenores que o fazem destacar-se. Mas será este vistoso e futurista dispositivo capaz de aliciar jogadores num mercado tão competitivo quanto este?

Somos de imediato e completamente abalroados com uma quantidade enorme de acessórios que revelam a quem este telemóvel se destina, com capas RGB, comandos que transformam o telemóvel numa espécie de consola gaming e ainda uma dock com um segundo ecrã. Se vos parecer demasiado não estarão muito longe da média, contudo, também existem motivos de elogio ao smartphone da Asus, que esconde detalhes capazes de satisfazem qualquer fanático.

Ecrã

Este é possivelmente o fator mais atrativo do ROG Phone 3, um ecrã OLED de 144Hz, com tempo de resposta de 1ms, assim como resposta ao toque de 270Hz. Em termos de resolução não se trata do melhor que já vimos, apresentando 2340 x 1080p, com cores que ficam aquém do que analisamos recentemente em diferentes dispositivos.

Não são as características individuais, mas a conjugação de todos os detalhes em cima que fazem com que o ecrã brilhe verdadeiramente. A fluidez dos 144Hz, num contraste de cores vibrantes que se faz sentir em jogos como Fortnite e League of Legends Wild Rift, eleva a experiência geral e fez-me recear o regresso aos ecrãs 60Hz.

Performance

Em termos de performance voltamos a ver componentes de topo, com um processador Snapdragon 865+, mais que suficiente para correr várias aplicações pesadas em simultâneo, algo promovido ainda mais pelos surpreendentes 12GB de RAM. É mais que visível que a Asus criou o ROG Phone a pensar na velocidade e processamento.

O desempenho é excecional, não tendo notado qualquer tipo de breaks, quebras e drops, contudo, quando se encontra a correr aplicações como Asphalt, o telemóvel aquece bastante, sendo uma boa ideia utilizar AeroActive Cooler 3, para ajudar o telemóvel com a refrigeração.

Câmara

Uma câmara 64MP, uma 13MP Ultra-Wide e uma terceira de 5MP para fotos macro, este é o leque de câmaras traseiras, com uma de 24MP para selfies. No geral e como seria expectável, o desempenho das mesmas é ok, servindo o seu propósito mas nunca atingindo a palete de cores e corte limpo dos Samsung, iPhone, Google Pixel ou até mesmo o One Plus 8 Pro, um smartphone com um preço semelhante.

O mesmo serve para o que conseguimos captar em termos de vídeo, embora aqui o desempenho seja um pouco melhor e preparado para o futuro, dado que conseguimos gravar a 4K 120FPS, algo que ainda não tinha verificado num smartphone que me passasse pelas mãos, e até 8K 30FPS, deixando o dispositivo mais que preparado para o futuro.

Acessórios

Mais de 5 acessórios que podem comprar à parte, além das capas com designs particulares, uma delas com RGB. A quantidade de “gadgets que podemos utilizar para jogar, capazes de replicar uma espécie de Nintendo Switch com o ROG Kunai 3 Gamepad a retirar inspiração dos Joycons, a TwinView Dock 3 para um segundo ecrã que nos recorda a Nintendo DS, e ainda a Doca Mobile Desktop para que possam utilizar rato e teclado para jogar.

No fundo podem transformar o telemóvel num autêntico tanque de guerra multifacetado. No papel isto parece fantástico, mas sabendo que todas estas peças se vendem à parte e funcionam única e exclusivamente nos ROG Phone, torna-se pouco convidativo adquirir qualquer uma delas. Entre comprar um TwinView Dock 3 e uma Nintendo Switch, a resposta acaba por ser óbvia.

Design

O design do ROG Phone 3 parece retirado de Cyberpunk 2077, com linhas na contracapa que lhe dão um ar futurista e um logo RGB no centro que grita em alto e bom som “GAMER”. É aqui que o charme não satisfaz a todos. Apesar da câmara bump mínimo, o smartphone conta com um brilho e lustro que considero exagerado, ao ponto que parece que vai escorregar das mãos. Não sou particular fã, mas penso que este é o caminho certo no que toca a fundir linhas tradicionais de hardware de gaming com o design clássico dos flaship.

Outro dos pontos menos bons é o facto de necessitarmos de inserir borrachas para tapar algumas das ligações do telemóvel, criadas para a conexão com os diferentes acessórios. É um contraste entre futurista e vistoso, com barato e básico. Como é óbvio isto faz com que o terminal não tenha grande resistência à água, e mesmo sabendo que não vão saltar para a piscina com ele, é algo que nos deve deixar apreensivos.

  League of Legends Wild Rift

O ROG Phone conta com AirTriggers que replicam os tradicionais R1 e L1 dos comandos, algo que apreciei em alguns dos jogos com suporte os gatilhos. Se já tentaram jogar títulos como Arena of Valor, sabem bem quão difícil é jogar sem qualquer tipo de input auxiliar utilizando apenas o touch screen, sendo esta uma solução bastante conveniente e apreciada.

O smartphone conta com porta USB-C e remove o áudio jack 3.5mm, que nos dias que correm é algo cada vez mais comum. Mas se quiserem ter essa ligação não se preocupem, o telemóvel vem com uma dongle para ligarem os vossos headphones por cabo sem terem de preocupar-se com ligações Bluetooth.

Autonomia

Após um longo dia de trabalho com utilização recorrente do ROG Phone 3 e várias passagens por jogos exigentes, é notável a autonomia do dispositivo, com a bateria de 6000mAh a ultrapassar todas as expectativas, mesmo com o display no desempenho de 144Hz. Aquém fica o facto do smartphone não suportar carregamento sem fios, mas enfim, não se pode ter tudo.

Se não têm limite de budget e acima de tudo primam por um telemóvel ideal para jogar, então o ROG Phone 3 é o crème de la crème. Componentes de topo, com integrações fantásticas nas mais variadas apps e um look futurista repleto de pormenores que apelam aos fanáticos do RGB. O ecrã é algo viciante, atirando para trás das costas os comuns 60Hz. Ainda assim, este não é um smartphone para todos, promovendo um nicho de mercado e dando primazia a detalhes que nem todos os utilizadores precisam, ou que podem simplesmente encontrar na grande maioria dos flagship.

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