The Medium – Análise

Tudo começa com uma rapariga morta.

É assim que somos apresentados a Marianne, protagonista de The Medium, tal como o próprio nome do jogo revela, uma poderosa médium, que consegue comunicar com os mortos. Os seus poderes não se ficam por aqui, afinal o marketing do jogo focou-se em mostrar uma nova abordagem aqui tentada – A existência em dois mundos em paralelo.

Esta mecânica é um dos pilares centrais do jogo, com Marianne a dançar entre duas realidades intimamente ligadas, que se influenciam entre si. Mas já lá vamos, para já, voltemos a Marianne e à sua história, outro dos pilares de The Medium.

A aventura da nossa heroína arranca de forma trágica, com a morte do seu pai adotivo. Desde o primeiro momento The Medium torna uma coisa clara, a história nunca nos é exposta na totalidade de forma passiva. Cabe-nos a nós explorar o mundo e os seus recantos, à procura de pistas sobre o passado dos personagens. Francamente, esta é uma forma cativante de contar uma história, pois obriga-nos a explorar e interagir com o mundo, meticulosamente criado pela Bloober Team.

Florestas sombrias, hotéis abandonados, ruínas e bunkers – nenhum destes locais é novidade num jogo de terror, mas o estúdio fez um trabalho fantástico na direção artística. A estância abandonada de Niwa, onde decorre boa parte da ação do jogo é toda uma história em si, contada através dos pormenores visuais que encontramos, com o enredo a fundir-se com os panos de fundo. Uma imponente marca arquitetónica do passado soviético da Polónia, está manchado por um sangrento e brutal massacre, contado através de pequenas coisas – arame farpado, bagagens ensanguentadas, brinquedos espalhados pelo chão.

Para além da arquitetura brutalista de Niwa, passamos também uma parte considerável do nosso tempo numa realidade alternativa, um mundo decrépito e desolador, inspirado no trabalho do artista polaco Zdzisław Beksiński. Claustrofóbico e perturbador, nunca houve um momento de tensão e segurança quando percorria este mundo com a versão espiritual de Marianne.


Continua…

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