Halo Infinite – Análise

Vinte anos passaram desde a estreia de Master Chief em Halo: Combat Evolved, um jogo que viria a definir não só uma geração de consolas, como a própria Xbox – o imbatível soldado tornou-se num sinónimo da consola da Microsoft e hoje é um ícone incontornável do universo dos videojogos.

É precisamente por isso que Master Chief foi de longe maior ausente na estreia da Xbox Series X, deixando a consola órfã de um baluarte neste novo capítulo em direção ao futuro . Praticamente um ano depois da chegada da consola, a ausência de Master Chief foi sentida por muitos, especialmente pelos fãs da saga, ansiosos por acompanhar as passadas do herói na nova geração.

A campanha de Halo Infinite é precisamente para eles, os fãs que andaram a roer as unhas enquanto contavam os minutos para voltar a ver o seu herói favorito. Para todos os outros, e especialmente para os que se vão cruzar pela primeira vez com Master Chief, surge aqui um grande entrave logo na abertura da campanha.

Como vai um novo jogador de Halo encarnar a pele de Master Chief?

Esta não foi a minha primeira experiência na franquia Halo, mas longe de mim afirmar que sou o maior fã ou que conheço de trás para a frente a história de Master Chief, Cortana e companhia. Os primeiros momentos do jogo foram intensos, repletos de perguntas um tanto quanto embaraçosas: “Quem é este tipo?” “O que estou aqui a fazer?” “Que nave é esta mesmo?”

Foram precisas várias pausas e visitas a sites para refrescar a memória e situar-me na rica história de duas décadas de Halo, entre Wikis e sites de fãs – extremamente completos e informativos, numa prova da comunidade apaixonada do jogo. Ainda assim, houve uma pergunta que nunca me abandonou – Como vai um novo jogador de Halo encarnar a pele de Master Chief?

Halo Infinite vai ser lançado com uma acessibilidade que nenhum outro jogo da saga gozou, seja em consola, PC ou através da Cloud. Há toda uma nova geração de fãs que pode ter aqui a sua primeira experiência com Master Chief, um personagem que por esta altura já passou por um longo arco narrativo e que já se deu a conhecer aos jogadores dos títulos anteriores. Os fãs vão recebê-lo de braços abertos, mas os novatos podem não ficar convencidos com a sua personalidade, nem perceber as suas motivações.

Uma nova receita

A campanha de Halo Infinite leva-nos a Zeta Halo, uma nova localização que por si só já tem imensas implicações. Nada é por acaso, nem a escolha da 343 Industries, que assume aqui uma escolha consciente entre a tradição e a inovação, misturando os níveis fechados e lineares a que já estamos habituados com missões de mundo aberto, muito ao estilo de Far Cry, ainda que de forma concisa e simples.

Aliás, concisão e simplicidade parecem ter sido as palavras de ordem da 343 Industries na produção de Halo Infinite. A fórmula das missões lineares em espaços interiores está mais do que trabalhada, enquanto o mundo aberto de Zeta Halo não lhe fica nada atrás.

Quem já jogou Far Cry vai certamente reconhecer a receita: há bases para capturar, que após serem conquistadas revelam os pontos de interesse espalhados em seu redor, sejam itens cosméticos para o modo multijogador, instalações inimigas, pontos de upgrade, soldados que precisam de ajuda ou inimigos elite, que largam armas especiais quando derrotados. A beleza de tudo isto é que a progressão do jogo não está de todo ligada ao mundo aberto, de forma que não há uma pressão para perseguir todos os pontos brilhantes do mapa.

De facto, para além dos pontos de upgrade, que tornam a campanha significativamente mais fácil ao melhorarem as ferramentas de Master Chief, nunca me senti forçado a qualquer tipo de “grind” para progredir na campanha do jogo. É uma enorme pena que ainda tenhamos de esperar alguns meses pelo modo de campanha cooperativa. Conduzir um Warthog com um grupo de marines por Zeta Halo foi muito divertido e só podia imaginar o quão melhor seria partilhar a viagem com amigos.


Continua…

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