WRC Generations – Análise

WRC Generations é o último jogo da franquia desenvolvido pela Kylotonn antes da tomada de posse da Codemasters, que vai ficar responsável pela licença a partir de 2023. Esta mudança de produtora surge numa altura em que a modalidade está numa fase de transição, com a introdução dos carros híbridos na competição.

O sucessor de WRC 10 vem com o intuito de representar toda a experiência adquirida ao longo de sete anos de trabalho em títulos WRC, tentando elevar ao máximo o realismo do simulador de rally.

Será uma despedida em grande por parte da Kylotonn?

O mais completo de sempre

WRC Generations contém um total de 165 etapas distribuídas por 22 países, mais nove do que o circuito mundial da competição organizada pela FIA em 2022, e 85 veículos distribuídos por cinco categorias. Com isto torna-se no jogo mais completo de sempre da franquia, tanto a nível de etapas como de veículos.

Os novos carros híbridos de WRC, que se estrearam este ano na competição, são também um dos grandes destaques do jogo e permitem definir mapeamentos para a distribuição de energia dos seus motores elétricos.

85 veículos em torno de 5 categorias.

Podes explorar as etapas presentes no campeonato do mundo e algumas históricas do passado, como o rally do México, Turquia, Argentina, entre outros. Uma novidade que WRC Generations oferece é a possibilidade de crossplay, permitindo aos jogadores de plataformas diferentes competirem entre si.

No que toca ao desempenho na PlayStation 5, WRC Generations apresenta duas opções: 2K a 60 fps e 4K a 30 fps. Tendo em conta as capacidades da PlayStation 5, creio que podiam ter feito um esforço para tentar o 4K a 60 fps, visto que é um título lançado dois anos depois da estreia da consola e que acaba por deixar de lado o potencial que a atual geração possibilita.

Decidi utilizar ambos os modos e acabei por preferir usar os gráficos em 2K a 60 fps, pois acredito que o jogo fica muito mais suave em termos de gameplay. Talvez sinta isso por estar demasiado apegado aos 60 fps de outros jogos ou por preferir o desempenho em vez da qualidade, mas o jogo a 30 fps pareceu-me preso e pouco fluído. Para acrescentar a essas opções gráficas, o motor de jogo utilizado é o mesmo dos jogos anteriores de WRC e não permite uma melhoria em termos gráficos ou grandes deslumbres, acabando por não se distinguir no departamento gráfico.

De referir que após 12 horas a jogar WRC Generations, deparei-me apenas com um único bug, no qual um placard decidiu fazer parte do meu carro – acabei por levá-lo para casa. Ainda que divertido, o fato de apenas ter encontrado um bug demonstra a dedicação por parte da Kylotonn em aperfeiçoar ao máximo WRC Generations.

  Após um pequeno incidente, o placard de Sardegna decidiu vir comigo para casa.

Num singleplayer bastante composto, o modo carreira acaba por se destacar, mesmo que de forma algo tímida. Criar uma equipa de rally, onde tens a capacidade de gerir tudo e mais alguma coisa, desde a escolha dos membros da oficina até ao metereologista, dá-te um enorme poder de decisão. Apesar das poucas alterações feitas face ao título anterior, acaba por ser bastante competente e cativante.

De forma geral, o singleplayer sofreu alterações mínimas face a WRC 10 e tendo em conta que já era decent, as poucas alterações que foram feitas acabam por passar um pouco despercebidas.

É no multiplayer que a produtora apostou forte, através do novo modo Liga. Através de um sistema de ranking, cada jogador pode participar em eventos diários e semanais pontuados, sendo classificados de acordo com a sua performance. Apesar de gostar do conceito, a inexistência de recompensas e a constante atualização dos ranks – após o final da semana as classificações são reiniciadas – obriga-nos a investir bastante tempo, sem sequer sermos devidamente recompensados por isso, para além de um mero título de identificação.

Posto isto, reconheço o potencial do modo, que ainda assim podia ter sido desenvolvido de outra forma, para cativar mais jogadores. A partir do momento em que fiquei a saber que não iria receber nada para além de um lugar numa lista, decidi ir levantar poeira na minha carreira rumo ao topo do WRC na categoria híbrida, a que mais prazer me dá jogar.

“A condução é desafiante e divertida…”

É no gameplay que WRC Generations brilha. Com o equilíbrio perfeito de arcade e simulação, a condução é desafiante e divertida ao mesmo tempo. Adequada para todo o entusiasta do automobilismo, junta-se o útil ao agradável e temos uma experiência realista e satisfatória.

Para mim, o expoente máximo deste WRC Generations é conduzir os carros híbridos da nova geração. A adrenalina que estes carros proporcionam através dos seus motores elétricos é enorme e apresentam um verdadeiro desafio de condução – não é fácil controlar tanta potência.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se

Ao início achei a jogabilidade complicada e bastante exigente, mas depois passei a adorar a forma como tudo encaixava, a escolha dos pneus face ao terreno para obter o máximo do carro, o manuseamento distinto dos vários carros, até a forma como se aborda os diferentes terrenos e condições climatéricas. Teoricamente, parece bastante complicado mas na prática acaba por se tornar intuitivo.

Claro que nas primeiras tentativas os rails e as paredes vão ser os teus melhores amigos, mas passado um tempo acabas por te adaptar às mecânicas e consegues tornar-te num verdadeiro ás do rally.

Por falar em colisões, é seguro dizer que a simulação de dano do jogo não é das melhores, visto que ao longo de todas a minhas corridas em WRC Generations decidi utilizar o modelo de dano realista possível – cheguei a capotar umas 3 ou 4 vezes e o carro apenas ficava com o pára-choques danificado, por exemplo. O áudio também é um pouco artificial, uma vez que os sons dos carros são todos muito semelhantes entre si e existem categorias nas quais parece que estamos sempre a conduzir o mesmo carro.

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