Destiny 2: Lightfall – Mais perguntas do que respostas

Lightfall trazia grandes promessas para a história de Destiny 2, mas deixa mais perguntas do que respostas. As novas subclasses são divertidas e o ponto alto da expansão.

Já tinha em mente regressar a Destiny há algum tempo, só precisava da desculpa perfeita e de organizar o meu tempo. Sim, porque voltar a um jogo como Destiny não é assim tão fácil. Este jogo requer mais “manutenção” do que uma amante. Por mais maravilhoso que seja passar tempo neste universo, tem a força de um buraco negro para sugar o teu tempo livre.

A chegada de Lightfall foi a desculpa que precisava. A nova expansão vinha carregada de grandes promessas. Um novo local para explorar, um ponto alto na narrativa com a chegada da Witness (a verdadeira responsável pela Darkness), novas subclasses para os três tipos de guardiões, e claro, uma nova Raid.

Neomuna, a cidade de Neptuno

O novo local incluído em Lightfall é uma cidade futurista chamada Neomuna. A cidade manteve-se em segredo até ao início da expansão, quando é invadida pela Shadow Legion em busca de um poderoso artefacto chamado The Veil. Neomuna tem tanto de bonito como de vazio (ainda que exista uma explicação para este vazio).

Os habitantes de Neomuna fizeram upload da sua consciência para a CloudArk, um sistema alimentado pelo The Veil. Na deslocação de um lado para o outro, vemos por vezes seus os restos virtuais, numa animação suspensa. Ainda que exista uma explicação para o vazio, parece que falta algo a Neomuna.

Neomuna tem uma particularidade que os outros destinos não têm. A Bungie colocou pequenas esferas verdes em sítios estratégicos, que permitem usar a habilidade gancho das novas subclasses sem gastar um carga (a habilidade está atribuída ao botão das granadas). Com alguma prática, podes deslocar-te como o spider-man.

A cidade de Neomuna

Terminal Overload, uma nova atividade

A cidade não serve apenas de palco para a grande maioria da campanha. Existe uma nova atividade chamada Terminal Overload. É como um evento público em esteróide, com possibilidade de matchmaking, na linha de Escalation Protocol, Blind Well, e Altars of Sorrow. O evento é divertido e treina a coordenação dos jogadores para eventos mais complicados.

A Bungie já fez ajustes de matchmaking à atividade, mas continua problemática. Na maioria das vezes que uso o matchmaking, acabo por ficar sozinho. Acontece aparecerem jogadores a meio da atividade, mas nem sempre. Como o nível dos inimigos da atividade é elevado (1810 de Power), completar as três fases de evento sozinho não só demora muito tempo como é um teste de paciência (os inimigos da ronda final demoram demasiado a morrer).

Com companhia, o evento é mais divertido.

Novas subclasses, o melhor de Lightfall

O Titan, Hunter e Warlock têm novas subclasses. Este novo poder, strand, vem dar um “abanão” à jogabilidade de Destiny. Uma das principais novidades está na movimentação. No lugar da granada, as novas subclasses permitem lançar uma espécie de teia ou corda. Permite alcançar facilmente sítios mais altos ou até salvar-nos naquelas secções de saltos matreiras das raids. Também podemos usar os inimigos como um ponto de fixação, o que permite desencadear um poderoso ataque corpo-a-corpo.

Jogar com as subclasses de Strand é imensamente divertido e recorda-nos do talento da Bungie para a jogabilidade. Não admira que, quase 10 anos depois do lançamento, Destiny 2 continue a ser um jogo popular e com base ativa de jogadores. Para além da teia, as novas subclasses geram esferas explosivas que podem ser apanhadas e atiradas contra os adversários. Visualmente, as explosões e os efeitos verdes deste novo poder são constantes. A satisfação é contínua.

Afinal, o que é o The Veil?

Depois do final, Lightfall deixa mais perguntas do que respostas. O The Veil, o artefacto que está no centro da narrativa, fica sem uma explicação. É um artefacto de imenso poder ligado ao Traveller e um peça essencial do plano da Witness, mas ultimamente não sabemos o que é. A expansão prometia grandes revelações, só que na realidade é mais um ponto intermédio na narrativa planeada pela Bungie.

A narrativa é apressada, enquanto alguma missões desperdiçam demasiado tempo a introduzir a nova subclass (só é desbloqueada mesmo no final). São introduzidas novas personagens, os Cloud Striders (os guardiões de Neomuna), e Calus regressa como uma marioneta da Witness (acaba por ser o inimigo principal da campanha, e não a Witness). Portanto, por um lado, há coisas que necessitavam de ser melhor explicadas, mas por outro, a campanha perde tempo noutras.

Isto é o The Veil. No final da campanha, ninguém sabe o que é realmente.

Root of Nightmares e o endgame

As raids costumam ser o pináculo do design da Bungie. Completei metade da nova raid e não pareceu difícil nem fácil. A dificuldade está no ponto certo para a maioria dos jogadores. A parte mais complicada é mesmo arranjar um grupo de pessoas consistente para conseguires completar esta atividade (é mais fácil se tiveres um clan). Quanto ao endgame, não é muito diferente do ritual habitual de quando deixei de jogar. É completar as atividades semanais para receber Pinnacle Gear e continuar a subir o nível de poder da personagem.

Para um jogo em evolução no qual não tocava, espera encontrar mudanças mais drásticas. Os pequenos ajustes que a Bungie foi fazendo ao longo do tempo melhoraram a experiência. Não esperes, apesar disto, um jogo diferente daquele que conheces, isto se estiveres na mesma situação do que eu: regressar a Destiny 2 com Lightfall.

A nova raid tem cenários tão bonitos que vale a pena parar uns segundos para apreciar.

Para o que oferece, a expansão é cara

Para novos jogadores e veteranos, a expansão introduz um novo sistema de progressão chamado Guardian Ranks (existem 11 no total). Todos os veteranos começaram automaticamente em Rank 6 (por terem completado já uma grande parte dos desafios e atividades). Novos jogadores vão começar em Rank 1 e serão guiados por diversas atividades do jogo. É uma forma eficaz de guiar os jogadores ao longo do jogo, até porque existe imensa informação para absorvar num jogo destes.

Lightfall custa 49,99 euros ou 99,99€ se adquirires a expansão juntamente com o Annual Pass (que dá acesso às temporadas que são renovadas de 3 em 3 meses). Excluindo a edição com o Annual Pass (não podemos avaliar a qualidade de coisas que não foram lançadas), o preço para a edição normal de Lightfall está puxado. No grande historial de expansões de Destiny, há vários exemplos de melhores entregas. Lightfall não é a pior delas, mas é a mais fraquinha dos últimos anos.

Prós: Contras:
  • As novas subclasses são divertidas e trazem novas possibilidades
  • Neomuna é um local bonito e diferente dos outros destinos
  • Nova raid: Root of Nightmares
  • Se tens tempo livre, há sempre coisas para fazer
  • Guardian Ranks ajuda a guiar a progressão para novos jogadores e veteranos.
  • A campanha deixa mais perguntas do que respostas
  • Picos de dificuldade
  • Preço elevado em relação ao conteúdo
  • Matchmaking do Terminal Overload ainda precisa de ajustes
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