Days Gone – Uma história de sobrevivência com muito coração

No passado dia 25 de fevereiro tivemos a oportunidade de, a convite da PlayStation Portugal, marcar presença no evento de apresentação de Days Gone, o primeiro grande exclusivo para a principal consola da Sony em 2019.

Desde maio de 2018, altura pela qual jogamos Days Gone pela primeira vez, o título da Sony Bend evoluiu muito. Na altura já havia deixado bons indícios, parecendo oferecer uma visão renovada de um género que tinha caído em alguma banalidade nos últimos anos. A preposição de Days Gone vai muito para além de mais um título de sobrevivência com zombies, uma vez que, durante as cerca de três horas que passamos com o jogo em Lisboa, tivemos um contacto mais aprofundado com a sua história e com as motivações do protagonista, Deacon St. John – ficamos com a sensação de que se trata de uma história de sobrevivência com muito coração.

Nem o próprio estúdio esconde que sofreu um pouco com a reação inicial ao jogo…

Desde cedo o jogo foi comparado a títulos como The Last of Us, e é fácil perceber o porquê. Em termos gerais, o ambiente é parecido, assim como o aspeto emocional, que troca uma relação “pai/filha” (Ellie e Joel) por uma de casal (Deacon e Sarah). Porém, a Sony Bend conseguiu criar uma aventura em mundo aberto, desviando-se da natureza linear de The Last of Us, o que, por si só, já distancia por completo as experiências. Days Gone oferece ao jogador um mundo pós-apocalíptico, parecendo misturar em doses perfeitas as mecânicas de jogabilidade que lhe conferem credibilidade com uma história envolvente, algo que os mais céticos considerarão surpreendente – nem o próprio estúdio esconde que sofreu um pouco com a reação inicial ao jogo, com as “acusações” de falta de originalidade, com as críticas ao design da personagem principal, muitas vezes descrita como genérica, um “clone” de Jax Teller, da série Sons of Anarchy, ou de Daryl Dixon, um dos protagonistas de The Walking Dead.

Começando exatamente por Deacon St. John, o protagonista de Days Gone apresenta-se como um homem amargurado, endurecido pelas circunstâncias, mas com uma bússola moral bastante rígida, que o compele a fazer a coisa certa, o que, neste mundo, é sobreviver a qualquer custo. Days Gone não vai possibilitar a influência das decisões do jogador ao longo da sua aventura no desfecho final, mas coloca-nos muitas vezes perante dilemas humanos. Deacon não é uma personagem unidimensional, longe disso, e a sua relação com o mundo de jogo e com as restantes personagens são prova disso mesmo.

Days Gone não vai possibilitar a influência das decisões do jogador no desfecho final.

Inicialmente, o jogo focar-se-ia no gangue de motoqueiros do qual o protagonista faz parte, o Mongrels Motorcycle Club, mas rapidamente os produtores se aperceberam que lhe podiam incutir mais alma, adicionando-lhe uma vertente mais sentimental, que, pelo que pudemos ver, vai contribuir para que o jogador se sinta emocionalmente investido nas circunstâncias que formam a personalidade de St. John. Pouco pudemos ver sobre as personagens que o acompanharão nesta luta pela sobrevivência, mas parece, pelo menos a julgar por Boozer, seu amigo de longa data e figura de destaque em Days Gone, que também vão contribuir para que sintamos maior empatia para com a personagem.

Durante a longa sessão de jogo, foi-nos permitido vaguear por Farewell, a cidade fictícia que foi cuidadosamente criada para nos oferecer uma experiência de sobrevivência completa. Já sabíamos que as munições serão limitadas (não ao nível de Resident Evil, mas não esperem ter o carregador sempre cheio), que a mota de Deacon se vai deteriorando com o tempo e que o combustível se esgota, o que incentiva o jogador a explorar. Explorar este vasto mundo aberto permite aumentar as nossas hipóteses de sobrevivência mas propicia também encontros indesejados com as já conhecidas hordas de Freakers que vimos nos trailers e teasers mostrados até aqui. Algo que me impressionou bastante foi a diversidade de inimigos, que assumem várias formas e comportamentos, obrigando-nos a agir em conformidade. Não vais enfrentar Newts ou Screamers da mesma forma que encaras Breakers ou humanos infetados, já para não falar da fauna, de onde se destacam os Runners, lobos que carregam o vírus, ou Ragers Bears, capazes de nos atirar ao chão com a maior das facilidades, para depois nos atacarem em grupo.


Continua…

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