7 essenciais PlayStation 4 no dobrar de geração

Estamos prestes a viver mais um dobrar de geração com o lançamento das próximas consolas de Sony e Microsoft, previsto para o final deste ano. A transição não representa hoje o choque violento de outrora, no entanto, é um fenómeno cultural que envolve todos os amantes do gaming, convidando-os a recomeçar, sonhar com o futuro e recordar também as experiências que ficaram para trás.

Aconteça o que acontecer a PlayStation 4 vai fechar o ciclo numa posição de domínio, será inevitavelmente a mais vendida e popular das consolas da oitava geração, que desde 2013 conseguiu oferecer jogos capazes de merecer a confiança dos jogadores. São imensos os títulos recomendados no catálogo da consola, mas mais do que elaborar uma lista com todos os que achamos essenciais, desafiamo-nos a escolher um obrigatório por cada ano de vida da consola.

Se têm uma PS4 desde o início, estamos certos que tomaram contacto com todos, trata-se de uma mistura de jogos exclusivos com third-party, disponíveis também noutras plataformas, mas que demonstram duas coisas que acreditamos terem sido fundamentais para o sucesso da consola, a crescente qualidade e consistência do seu catálogo.

Nota: Ignoramos o ano de 2013, a consola foi lançada no final do ano com uma oferta muito limitada e apenas em alguns territórios, que felizmente incluíam Portugal.

(2014) Dragon Age: Inquisition

O RPG da Bioware, o último da série Dragon Age, foi [só] o Game of the Year de 2014. Num período em que a geração estava ainda a dar os primeiros passos, foi uma fórmula pré-estabelecida na indústria, aliada a um apaixonante mundo de fantasia, quem conquistou os jogadores. Se ainda não o jogaram, o jogo está frequentemente em promoção nas plataformas de distribuição digital. A PS Store tem a edição deluxe disponível com 73% de desconto.

Veredicto: “Dragon Age: Inquisition reflete a aprendizagem da BioWare com erros passados. Uma aventura com contornos épicos, aliada à melhoria nos mecanismos de combate. Uma narrativa fascinante, repleta de uma boa dose de tensão, apelando sempre ao sentimento e personalidade do jogador. As expetativas foram ultrapassadas.” (análise completa).

(2015) The Witcher 3: Wild Hunt

A marca deixada por The Witcher 3: Wild Hunt, o jogo do ano de 2015, é ainda hoje sentida na cultura popular. O jogo que conseguir transformar uma série adorada pela comunidade do PC [e pouco mais], num fenómeno de culto por toda a comunidade gaming, inspirando a criação de uma série no Netflix com Henry Cavill como protagonista. Vai figurar em qualquer lista de jogos obrigatórios da oitava geração de consolas, se quiserem aproveitar, a GOTY edition está com um enorme desconto na PS Store.

Veredicto: “The Witcher 3: Wild Hunt é imediatamente candidato a jogo do ano, mesmo com algumas limitações e problemas técnicos, que me atrevo a dizer, seriam inevitáveis numa obra desta magnitude. Consegue misturar a fórmula sandbox, onde tempos montanhas de actividades para nos entreterem (incluindo o jogo de cartas Gwent) e personagens verdadeiramente interessantes para conhecer, com uma história de uma crueza deliciosa e um pragmatismo cada vez mais valorizado no entretenimento.” (análise completa).

(2016) UNCHARTED 4: O Fim de um Ladrão

O melhor de uma das séries mais acarinhadas pelos fãs da Sony, mas que até ao lançamento de “O Fim de um Ladrão”, não tinha nenhum jogo verdadeiramente consensual. De uma proeza técnica impressionante, com algumas das melhores cenas de ação da história e uma qualidade de animações de fazer cair o queixo, é a despedida que Nathan Drake merecia, garantindo que ficará na história dos videojogos. Se o deixaram escapar nos jogos gratuitos do PS Plus em abril, podem aproveitá-lo como parte da linha PS Hits.

Veredicto: “Uncharted 4: O Fim de um Ladrão é uma vitória para a Naughty Dog, é surpreendente visualmente, o mais completo da série, mais variado e divertido, com uma execução exemplar e uma escrita que não abandona o lado descontraído do argumento, apesar do tom mais maduro das relações entre os personagens. Tal como The Last of Us no passado, está destinado a marcar uma geração.” (análise completa).

(2017) Horizon Zero Dawn

O ano de 2017 arrancou com uma surpresa da Sony, vinda de um local improvável. A Guerrilla, conhecida pelos títulos da série Killzone, introduzia ao mundo uma nova propriedade intelectual cheia de originalidade mecânica e temática, com uma protagonista (Aloy) que nos conquistou desde a primeira hora, quando a controlamos ainda menina. É outro dos jogos disponíveis na linha Hits, no caso em versão completa com a expansão Frozen Wilds.

Veredicto: “Horizon Zero Dawn é uma excelente aventura, que nos prende de início a fim e apresenta uma das premissas mais originais de um videojogo nos últimos anos, sendo uma lufada de ar fresco no atual panorama de ‘déjà vus’ da indústria. O mundo aberto é bem desenhado e cativante, a história interessante, apesar de pouco explorada em certos aspetos. Aloy, a protagonista, tem tudo para se estabelecer como um ícone dos videojogos nas quase certas próximas iterações deste RPG, não deixando os seus créditos por mãos alheias. Ainda não atinge o estatuto de colossos como Nathan Drake ou Lara Croft, mas para lá caminha, com passos seguros.” (análise aqui).

(2018) God of War

GOTY em 2018, ano em que a PS4 recebeu uma série de exclusivos de peso, o último título do estúdio de Santa Monica revitalizou uma das mais valiosas propriedades intelectuais da PlayStation, lançando ao mesmo tempo os pilares para um futuro que se avizinha risonho para Kratos e para o seu filho, Atreus. Faz parte da linha hits, sendo um dos melhores do catálogo da PlayStation 4.

Veredicto: “2018 ganha o primeiro sério candidato a jogo do ano, demorou, mas Kratos entra com estrondo no catálogo da PlayStation 4. Num estilo diferente, mas que exibe um notável crescimento para a série, consequência da própria evolução da base de fãs, que são hoje 13 anos mais velhos do que quando o general espartano celebrou o acordo inicial com Ares. A relação com o filho afasta-o do modelo unidimensional de máquina destruidora, transformação que é um processo como comecei por referir, até porque Kratos, como qualquer pai, quer uma única coisa, que o filho cresça alguém fundamentalmente melhor do que ele. Não é essa a única esperança da humanidade.” (análise completa).

(2019) Sekiro: Shadows Die Twice

Conhecido como o Dark Souls dos jogos Ninja, ou de temática oriental se quiserem, Sekiro conquistou os adeptos do modelo da From Software, que sabiam gostar de sofrer, nunca pensaram foi que isso fosse tão mais prazeroso pela lâmina de uma katana e com mais verticalidade do que estavam habituados nos jogos do estúdio. Infelizmente ainda não é fácil encontrá-lo em desconto, mas o GOTY do ano passado vale cada cêntimo investido.

Veredicto: “Sekiro: Shadows Die Twice pega numa fórmula familiar e transforma-a em algo único e marcante, desconstruindo tudo aquilo que havíamos adquirido no passado. A forma intencional como obriga o jogador a prosseguir ao longo da narrativa, sacudindo-nos sistematicamente até acertarmos no combate fez com que os sentimentos de vitória, conquista e recompensa estivessem mais presentes que nunca. Miyazaki volta a provar que embora a matéria-prima seja a mesma, existem várias formas de a preparar, mantendo a sua qualidade e respetivo desfruto.” (análise completa).

(2020) Final Fantasy VII Remake

Talvez o maior exemplo do poder da nostalgia na indústria, os fãs esperaram muitos anos pelo remake do RPG clássico de 1997. Esperaram demasiado mesmo depois do anúncio, que aconteceu de modo surpreendente durante a conferência de imprensa da Sony na E3 2015. Este foi o ano em que pudemos conhecer finalmente a nova Midgar, na primeira parte de um remake que vale cada segundo da viagem.

Veredicto: “Ver Kyle Bosman a subir a uma cadeira no levantar do véu do trailer em plena E3 é para mim um dos mais hilariantes momentos de sempre da indústria e reflete na perfeição o estado de perplexidade que muitos de nós ficaram ao ver Midgar, Cloud e Barrett. Passaram-se 5 anos desde esse momento e apesar de toda a apreensão, Final Fantasy VII Remake é um sonho tornado realidade. Uma marcante jornada sem fim que nos faz ansiar pela próxima parte, tecendo uma base que ultrapassa o máximo de muitos dos melhores jogos do género.” (análise completa).


Antigo residente de Azeroth, mudou-se para o mundo real para poder escrever sobre as coisas que o apaixonam. Desconfia-se sonhar ser super-vilão. Podes segui-lo em @Darthyo.

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