Rocksteady acusada de ignorar acusações de assédio

A Rocksteady Studios está finalmente de volta às manchetes do mundo dos videojogos, infelizmente não só pelos melhores motivos, ou seja, não é apenas pela iminente apresentação de Suicide Squad: Kill the Justice League, jogo que será mostrado no próximo domingo durante o DC FanDome.

Noticiado pelo The Guardian, o estúdio está a ver-se forçado a lidar com relatos de funcionárias que se queixam da inação das chefias, quando confrontadas com relatos de repetido assédio sexual no trabalho. Um caso que remonta ao ano de 2018.

A carta, que foi assinada por 10 das 16 funcionárias do estúdio na época, falava de um ambiente que ultrapassava o limite do aceitável, com “comentários ofensivos para com a comunidade transgênero” a “definição das mulheres de modo depreciativo ou sexual, em referência a colegas”, ou mesmo “avanços indesejados e maliciosos, juntamente com comentários inapropriados em ambiente profissional.”

A fonte do The Guardian, que escolheu ficar anónima, diz que a carta assinada em 2018, foi mantida em segredo dentro da companhia, tendo resultado apenas num seminário interno sobre assédio sexual. A mesma fonte garante que este tipo de comportamentos se mantêm no interior da Rocksteady.

Desde a publicação original pelo The Guardian, Kim MacAskill, antiga argumentista sénior de Suicide Squad Kill the Justice League e responsável pela carta original, veio a público falar na primeira pessoa sobre a sua experiência na Rocksteady. Num vídeo de 13 minutos, MacAskill salienta que 97% dos funcionários da Rocksteady a apoiaram e sempre respeitaram como mulher e profissional. “É lamentável que isto aconteça por causa do comportamento de uma ou duas pessoas, e que a companhia seja tão incapaz de colocar um travão nisto,” disse.

MacAskill recorda o tempo em que juntava as mulheres da Rocksteady, exceptuando as que estavam nos recursos humanos, para discutir as suas experiências com o assédio sexual nos escritórios. MacAskill revela que quase todas, exceptuando uma, tiveram algum tipo de experiência desta natureza, terminando dizendo que os RH falharam em lidar com as alegações. Até ao momento a Rocksteady tem-se mantido em silêncio, mas garantiu estar a preparar uma resposta. Entretanto, foi partilhada uma carta na conta oficial no Twitter, que diz ser uma resposta voluntária de 7 das 10 mulheres que assinaram a carta de 2018.

A carta garante que “foram tomadas ações imediatas” para resolver a questão dos assédios na Rocksteady e que a carta enviada para o The Guardian chegou à sua posse sem o consentimento da empresa.

Estas alegações surgem num momento em que a Rocksteady está prestes a revelar o seu novo jogo, Suicide Squad Kill the Justice League, durante o DC Fandome de domingo. Trata-se do primeiro projeto do estúdio desde o lançamento de Batman: Arkham Knight em 2015 e Batman: Arkham VR em 2016.


Antigo residente de Azeroth, mudou-se para o mundo real para poder escrever sobre as coisas que o apaixonam. Desconfia-se sonhar ser super-vilão. Podes segui-lo em @Darthyo.

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