Pacer – Review – Corridas explosivas anti-gravidade

Este ano podemos ver os carros de F1 mais rápidos de sempre. Os recordes dos melhores tempos nos circuitos caem a pique, e até na FE (a Fórmula dedicada aos eléctricos) são atingidas velocidades impressionantes. Mas por muita evolução que haja no mais recente desporto motorizado, as corridas com naves espaciais anti-gravidade ainda se nos afiguram tão distantes e tão futuras quanto impossíveis. É em forma de realidade virtual o contributo da antiga Psygnosis com Wipeout, que juntamente com F-Zero forma uma espécie de baluarte dessa fórmula do futuro que será capaz de atingir velocidades de ponta na ordem dos 1000km/h. E enquanto que os fãs da Nintendo aguardam por um novo capítulo da série, cabe aos estúdios independentes manter viva a chama dessas corridas, onde são atingidas velocidades estonteantes em pistas que mais se assemelham a montanhas-russas.

A história deste jogo que acaba de nos chegar, Pacer, liga-se à do estúdio R8 Games, que anunciou Formula Fusion, a partir do kickstarter, visando acesso antecipado aos utilizadores da plataforma Steam, em 2015. Em 2019 foi rebaptizado de Pacer e previsto o lançamento para o final de 2020. Cumpre lembrar que alguns elementos da equipa de desenvolvimento trabalharam na Psygnosis, daí as evidentes aproximações e semelhanças. O ritmo, a velocidade e os ambientes são de tal modo próximos com o que jogávamos em Wipeout que é quase impossível não vermos em Pacer a continuação desse legado. Porém, chegamos ao cerne do que nos parece faltar ao jogo, é o tal ímpeto para ir mais além da simples homenagem, ou tributo, se quisermos. O que Pacer faz já nós experimentamos em Wipeout e noutros títulos próximos, de corridas de naves futuristas.

Não se pode dizer, por outro lado, que Pacer seja abundante em modos de jogo. Exceptuando o modo carreira e o online, não sobram opções de monta para aumentar a longevidade, a não ser a luta pelos tempos mais rápidos, em voltas solitárias aos circuitos. É pouco para um jogo do qual em todos estes anos se projectou um desafio capaz de superar as referências. Nem mesmo a vertente mais estratégica, posta em funcionamento através da gestão de um sistema de combate, que por momentos parece levar-nos a uma “dog fight”, falha em criar uma alternativa realmente sólida. É um pouco como os automóveis híbridos. Têm um motor eléctrico mas não se pode esperar um comportamento semelhante ao de um carro verdadeiramente eléctrico. A sensação que fica é que a R8 Games quis acrescentar um sistema de combate às corridas, do tipo Mario Kart, com avanços e recuos, só que com isso retirou algum equilíbrio e balanço, gerando mais imprevisibilidade na aproximação à bandeira de xadrez.

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