Roller Champions é uma das muitas apostas da Ubisoft para se afastar da dependência dos títulos AAA. Com ele, a empresa quer entrar no segmento dos títulos de desporto competitivos F2P, e aqui na IGN Portugal tivemos oportunidade de participar no beta fechado, para te trazer as primeiras impressões sobre aquilo que Roller Champions tem para oferecer.
Roller Champions, como qualquer jogo competitivo F2P que se preze, é simples de aprender. Não foi preciso muito mais que uns minutos no tutorial para dar conta dos comandos básicos, também eles intuitivos num comando. Aliás, toda a premissa do jogo é simples: equipas de 3 elementos, patins, uma bola e uma baliza. Posto isto, nem é preciso explicar que o objetivo é meter a bola na baliza em forma de aro, certo? Mas vamos por partes.
As partidas são travadas em arenas ovais, similares a circuitos de Roller Derbies, aliás, Roller Champions pode ser comparado a uma mistura entre um Roller Derby e os jogos de bola mesoamericanos, onde o objetivo passava por acertar com uma bola numa baliza oval suspensa a alguns metros de altura.
Retendo alguma violência animada e menos sacrifícios humanos, marcar golo em Roller Champions é simples, mas tem uma nuance que altera por completo a dinâmica das partidas. A baliza está fechada, e para ser aberta, as equipas que detêm a posse de bola têm que dar uma volta completa à pista. Caso a equipa contrária roube a bola, têm de recomeçar da estaca zero.
A Ubisoft adicionou outro pequeno mas importante detalhe que ajuda a criar uma importante dinâmica de risco e recompensa neste jogo: As partidas acabam aos 5 pontos, e os golos valem entre 1, 3 ou 5 pontos, dependendo do número de voltas completas com bola. Uma volta equivale a um golo de um ponto, duas voltas significam três pontos e finalmente três voltas podem-se traduzir em “capotes” humilhantes ou reviravoltas épicas de 5 pontos.
Nas partidas que fiz, senti sempre o peso da decisão de rematar para um ponto, ou tentar arriscar para conquistar 3 pontos. Será que temos a partida sob controlo? Será a outra equipa mais forte e tenho que arriscar para ter chance de vencer? Aqui o risco compensa, mas também pode deitar tudo a perder.
Afinal, ao longo da partida a equipa contrária pode fazer de tudo para nos roubar a bola, seja a intercetar passes, roubar a bola com encontros de ombro e placagens ou até em último caso a fazer de guarda redes, podendo agarrar a bola a escassos centímetros da baliza, com um salto bem calculado.
Para alcançarmos vitórias em Roller Champions temos um leque de truques ao dispor, mais uma vez, todos eles relativamente simples (notam aqui um padrão?) de executar, mas que quando utilizados na altura certa, fazem a diferença. Posso agachar-me nas descidas para ganhar velocidade, agarrar-me a um colega de equipa para depois me lançar para a frente com mais velocidade, saltar e placar os meus adversários: fáceis de aprender, estes truques escondem uma maior profundidade, é tudo uma questão de timing.
Na primeira partida que fiz, o resultado foi o expetável, um pouco perdido pelo campo, ainda a tentar aprender como controlar o meu skater, foram raras as vezes que tive a bola na mão, sendo rapidamente placado pela equipa adversária. Como aqui não há vergonha em jogo duro, passei a partida a derrubar os meus adversários, e embora os tenha mandado ao chão várias vezes, não consegui evitar uma derrota pesada por 1-5 – felizmente os meus colegas mostraram mais perícia e pontaria, e pelo menos marcámos um golo de honra.
Um pouco mais familiar com os controlos, segui para o segundo jogo, bem mais confiante na minha capacidade. Depois dos primeiros momentos, onde a bola passou mais tempo no ar, enquanto as equipas pareciam mais interessadas em lutar do que em marcar, aproveitei a saída de um colega de equipa, que consegue roubar a bola e patinar uns quantos metros. Sigo na sua cauda, a uns bons metros de distância, derrubando os adversários que surgem por trás. Quase a terminar a primeira volta, eis que surge um adversário à sua frente! Rapidamente desmarco-me para o seu lado e peço-lhe que me passe a bola, coisa que faz, deixando-me aberto para completar a primeira volta e deixar a baliza aberta, à minha mercê.
E agora? Remato e faço um ponto? Ou arrisco duas voltas e três pontos?
A ansiedade aumenta, mas decido arriscar, afinal quem não petisca…Sem grande oposição, completo a segunda volta, salto e arrisco um remate à baliza, que nos rende 3 pontos, cruciais para a nossa eventual vitória.
Ao terceiro jogo já me sentia perfeitamente confortável com os comandos, e senti as partidas muito mais equilibrados. Algumas dificuldades com a câmara em certos momentos, especialmente nas placagens, mas nada que me tenha impedido de divertir ao longo do Beta.
Roller Champions é divertido, e com partidas intensas que não duram mais do que 10 minutos, a Ubisoft pode ter aqui um título sólido, que ganha uma nova dimensão quando jogado com amigos. Dificilmente vai revolucionar o mercado, mas sendo F2P não haverá razão para pelo menos não o experimentar. A sua longevidade vai estar ligada à profundidade que a Ubisoft lhe conseguir dar, que necessita de ir para além de itens cosméticos desbloqueáveis e que se pode traduzir em novos modos, especialmente competitivos.
Para já, o jogo está em beta fechado, e podes-te registar para que a 17 de fevereiro tenhas uma oportunidade de participar, através deste link.
Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios em @pmnpestana
