Animal Crossing: New Horizons – Análise

Animal Crossing: Happy Home Designer, foi este o primeiro e único contacto que tive com a série tão querida dos fãs da Nintendo e honestamente, achei que não era para mim. Foi por isso que abracei a análise de New Horizons com algum receio, não por duvidar do seu valor e das suas maiores qualidades, mas pelo medo de não me atrair. Quanto eu me enganei.

Agora percebo tudo aquilo que fazia os fãs exaltarem-se e gretar de contentamento, o porquê de ao mínimo anúncio ou novo detalhe, criar um movimento de alegria contagiante. New Horizons é único e dá tudo o que gostariam num título deste género, fazendo com que não haja limites naquilo que se queiram focar, quer sejam colecionadores, designers ou fashionistas.

  Tudo começa com uma tenda.

O início é possivelmente o seu maior defeito, limitando aquilo que podemos fazer e obrigando a que o jogador espere pelo dia seguinte para que haja algo mais. Os ciclos de tempo transpõem uma maravilhosa fantasia ao andar de mãos dadas com a hora real, mas também trazem alguns problemas. Cada construção que se faça na ilha força a que esperemos um a dois dias REAIS para a sua finalização, obrigando a que pausem o jogo e vão fazer outra coisa pois simplesmente não existe nada mais para fazer, pelo menos no começo.

A escalada progressiva daquilo que somos capazes de fazer traduz-se num envolvimento maior com a ilha, os seus habitantes e infraestruturas.

Tudo isto está ligado às ferramentas que nos são oferecidas pelo famoso Tom Nook. Inicialmente não vão ter acesso à imensidão de opções criativas que assistiram nos mais variados trailers e isso é excelente. Existe um valor verdadeiro ao adquirirmos um novo machado ou pá, algo que no papel pode soar ridículo, mas que faz todo o sentido. A escalada progressiva daquilo que somos capazes de fazer traduz-se num envolvimento maior com a ilha, os seus habitantes e infraestruturas. Aprendamos a dar importância às pequenas coisas.

Um dos maiores trunfos de New Horizons é a capacidade para moldar a ilha, literalmente, uma funcionalidade que só nos é garantida muito à frente no jogo, e ainda bem. No passado os fãs adornavam o mapa e residência a seu gosto numa tela predefinida, desta vez, somos nós que criamos a tela, expandindo ainda mais o limite daquilo que já era ilimitado. Vales, cascatas, florestas de bamboo, áreas que requerem que sejamos minuciosos quanto à próxima construção, em busca da ilha perfeita.

Genji

Outros títulos do género apresentam uma enorme falha, falha essa que é sem dúvida o mais poderoso elemento de Animal Crossing: New Horizons. Os coloridos animais que habitam a ilha não são meros NPCs, são nossos vizinhos e companheiros. É louvável o cuidado que a Nintendo tem não só nos diálogos, mas em querer transmitir o máximo de personalidade possível de cada um. Várias foram as vezes em que dei por mim a bater à porta de Genji, um coelho branco obcecado por exercício e que se dirige a mim como “otaku”, simplesmente para interagir e talvez desbloquear mais algum diálogo. Eu não faço isto em nenhum jogo, nenhum, não desta forma.


Continua…

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