Samsung Note20 Ultra – Análise

Longe estão os tempos que os telemóveis queriam-se mais pequenos e compactos, mais finos, efeitos da transição e da aparição de Smartphones que são muito mais que simples… bem, telefones. O Note 10 Ultra introduziu um dos melhores ecrãs no mercado, uma caneta S Pen ideal para tirar notas e navegar pelo gigantesco ecrã, tudo num design que grita elegância, algo que o Note 20 Ultra tem o prazer de repetir em 2020, com mais alguns pós de magia.

Durante mais de 1 semana, este foi o meu Smartphone diário, sem capa, sem proteções, e tenho a dizer que será difícil regressar ao meu dispositivo anterior. Não sou especialista em Smartphones, nem vou fingir sê-lo, quero deixar o meu testemunho enquanto utilizador, contar-vos como foi o meu dia-a-dia com o Samsung Note 20 Ultra, passando por redes sociais, videojogos, fotografia, vídeo, filmes e integração do mesmo enquanto ferramenta de trabalho.

Ecrã

Para quem tem um One Plus 3 desde 2016 com várias mazelas, é um choque pegar num dispositivo tão grande e tão elegante. A primeira coisa que salta à vista é o ecrã AMOLED com 120hz de refresh rate, que torna a experiência de navegação entre aplicações ou texto incrivelmente suave, sem falar do prazer que é jogar títulos como Dragon Ball Z: Dokkan Battle (o meu guilty pleasure), Asphalt 9 ou qualquer um dos vários jogos disponíveis no Xbox X Cloud, neste painel.

Mesmo com o Blue Light ativo, nunca senti uma perda muito alta das cores do ecrã, e eu trato de edição de imagem e vídeo, muito pelo facto do telemóvel ser capaz de atingir níveis de brilho muito altos, algo que se vê em ação em algumas das séries ou filmes da HBO, Netflix e agora Disney +, que nunca pensei desfrutar tanto neste pequeno grande ecrã.

Performance

Associado ao ecrã está a alteração entre frame rates nas diferentes aplicações, que sacrifica alguma da bateria do Note 20 Ultra. Nem todas as aplicações ou jogos correm a 120hz, fazendo com que o Smartphone se ajuste ao tempo de resposta das aplicações, variando inúmeras vezes se estiverem a saltar entre Instagram, Tik Tok e Asphalt 9, por exemplo.

Ainda assim, o maior problema relacionado com a bateria não está somente na variação de frame rate. O telemóvel que tive oportunidade de testar utiliza o chip Exynos 990, mas noutras regiões do globo existem versões do Note 20 Ultra com o Snapdragon 865 Plus. Dediquei-me a ler um pouco acerca do debate que se tem desenrolado entre os peritos na matéria, com a maioria a salientar a perda de bateria e sobre-aquecimento.

Apesar do chip, este é um dispositivo invejável para se jogar. Com um ecrã excelente e 8GB de RAM capaz de correr tudo sem nunca comprometer a qualidade.

Apesar da performance no que toca ao aquecimento, devo concordar que pelo menos esta versão atinge temperaturas muito altas, sobretudo depois de umas boas sessões de Forza Horizon 4 no xCloud ou Asphalt 9, ainda assim, na minha utilização, isto esteve longe de ser o pior.

Decidi viajar ao norte do país, aproveitando para filmar e fotografar algumas das minhas zonas favoritas. Google Maps, GPS, siga viagem. Após 45 minutos na autoestrada e aquando da chegada a Aveiro, decidi pegar no telemóvel e este estava em ebulição como nunca tinha visto. Senti medo e rapidamente deixei-o repousar à sombra. Esta foi a única vez que a temperatura me alarmou verdadeiramente.

Câmara

Já depois de normalizada a temperatura, foi tempo de testar, ao longo do fim de semana, tudo aquilo que a câmara e as 3 diferentes lentes têm para oferecer. As inúmeras possibilidades que temos para capturar um momento possibilita que controlemos na perfeição o que queremos captar. Uma gigantesca cornucópia de opções que vai desde vídeos slow motion, a modos Pro de Vídeo e Fotografia. O único ponto negativo vai para o delay do disparo, traduzindo-se em milésimos de segundo que podem ser a diferença entre a imagem perfeita e uma excelente foto.

S Pen

É tempo de falar de um dos selling points deste telemóvel, a S Pen, um acessório que inicialmente tinha como dispensável e desnecessário, mas que após os primeiros dias de utilização, passou a ser essencial e possivelmente a melhor parte do Note20 Ultra. Este não é um Smartphone barato, e talvez esse seja o fator menos convidativo de todos, mas o facto de podermos tirar notas, dar indicações e correções removendo a necessidade de nos movimentarmos com um portátil para todas as reuniões e encontros, é uma quality of life change tremenda e uma mais valia enorme.

A S Pen é uma daquelas ferramentas que se não conhecermos não damos muito por ela, mas depois de a vermos em ação, ganha o seu encanto. A precisão e funcionalidades que a Samsung conseguiu introduzir nesta pequena caneta é absolutamente estonteante, desde o facto de identificar a pressão com que a usamos, traduzindo em riscos mais ou menos grossos, até à edição de vídeos com uma rapidez invejável de comandos.

Design

Este é um dispositivo elegante, charmoso, uma peça de relojoaria em forma de Smartphone, sobretudo na nova cor, Mystic bronze. Os cantos retos e o monitor curvo concedem um aspeto limpo, como se tratasse de uma peça digna de estar num museu… mas por vezes temos de ter cuidado com o sinal que diz, “não tocar”. Adoro todo o aspeto visual do Note 20 Ultra, sem exceção, o problema está na sensação e experiência com o mesmo.

O câmara bump é gigantesco, e sem uma capa adequada faz com que o Smartphone se apoie nela, criando uma folga enorme entre a parte traseira e a mesa, o que pode tornar-se um pouco inconveniente. Por fim os lados do ecrã curvados, uma moda implementada pela Samsung já há muito tempo e que continua a ser pouco prática. Dei por mim a clicar inúmeras vezes num ícone ou aplicação no canto do ecrã, sem resposta, sem ação, tudo por estar na zona “morta” onde temos a curva. Em termos visuais os lados curvados são belíssimos, em termos práticos, não vejo grande vantagem.

Autonomia

Por fim a bateria. Honestamente, esperava melhor. Num dia em que mal dou uso ao telemóvel, e só uso para ver algumas redes sociais à hora de almoço e ao jantar, chega ao final do dia com 25% de bateria, já nos períodos em que estou a jogar ou ver filmes vejo-a a ser sugada rapidamente, chegando a meio da tarde a menos de 10%. Não sei se o problema é proveniente do Exynos 990, se da exigência do ecrã, se das aplicações que mantenho a correr, mas tendo em conta que nunca utilizei a iluminação acima de 60%, acho estranho ver esta performance num telemóvel como o Note 20 Ultra.

Vai ser difícil desapegar deste pequeno gigante, dizer adeus aos inúmeros scrolls por entre vídeos de Tik Tok (sim chacinem-me) e as páginas da manga de One Piece, de sentir que não necessito de uma televisão de 55’ para desfrutar dos episódios de Lovecraft Country ou de Love on the Spectrum.                                                                                                                                                                           Este é um flagship, com praticamente tudo aquilo que há de melhor no mercado, mas não é para toda a gente. O preço de 1300 euros é um notório alerta e a própria concepção do mesmo faz-me sentir que só será desfrutada ao máximo por um tipo específico de pessoas.                                                                                                           Ao final do dia vejo o Samsung Note 20 Ultra como um fantástico Smartphone para aqueles que gostam de escrever e não querem andar com uma série de tecnologia atrás.                                                                                                                                                                                         Sempre procurei um Smartphone com um excelente ecrã, bonito, com uma boa câmara, capaz de correr as aplicações e jogos que gosto, com um preço justo e uma boa bateria. São estes dois últimos pontos que me impedem de ir a correr comprar um Note 20 Ultra para substituir o meu velhinho One Plus 3.

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