Need for Speed: Hot Pursuit Remastered – Análise

Durante vários anos, a franquia Need for Speed gozou de um sucesso fenomenal muito por culpa de títulos como Most Wanted e do icónico Undergroud. Aliás, numa altura em que a saga se viu obrigada a tirar um tempo fora do mercado, a Electronic Arts tentou beber da mesma fórmula das corridas noturnas, onde tudo parecia resultar na perfeição, desde a personalização, banda sonora e, o mais importante, a sensação de velocidade.

A verdade é que este renascer não resultou da melhor forma, nem com as duas sequelas que se seguiram, o que motivou uma decisão que muito temos visto na atual geração de consolas e que, devido ao seu sucesso, não mostra indícios de abrandar: remasterizar aquilo que tão bem resultou no passado. Desta forma, Need for Speed: Hot Pursuit volta de cara lavada, com melhorias gráficas e a promessa de mais seis horas de conteúdo comparativamente ao original.

Na altura do anúncio estranhei a opção de voltar a este título em específico, mesmo sabendo que é uma das grandes bandeiras da saga. Se me questionassem que Need for Speed seria remasterizado, e olhando para todo o cardápio, colocaria as fichas em Underground 2 e Most Wanted. A verdade é que a escolha recaiu no título que coloca o jogador nos dois lados da barricada, como piloto e como polícia.

E de facto é exatamente esse ponto que traz uma camada de diversão adicional a uma saga tradicionalmente arcade, que durante anos se focou simplesmente no lado das corridas ilegais e que, sejamos realistas, é aquela que nos preenche de adrenalina e velocidade. Mas a verdade é que fazer o papel de bom polícia é também bastante satisfatório e não coloca de parte a tal adrenalina e sensação de velocidade que à primeira vista parecem descartadas.

A essência do modo carreira passa por explorar Seacrest County, uma região fictícia da costa oeste dos Estados Unidos da América, mas ao contrário do que encontramos em vários títulos do género nos dias de hoje – Forza Horizon é um excelente exemplo disso – a exploração desta região é limitada, não há espaço para a liberdade de percorrer as paradisíacas paisagens de Seacrest County e as corridas são meras missões que os jogadores escolhem num mapa exibido no menu.

Ou seja, estamos perante um exemplo daquilo que eram, na sua grande maioria, os jogos de corrida arcade até ao início da segunda década do novo milénio. No entanto, isto não tira o brilho e o próprio desafio de cada uma das corridas e perseguições, embora a experiência nas primeiras incursões no asfalto deixarem um sentimento de frustração, não pelo gameplay, mas pela performance da inteligência artificial.


Continua…

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