Tales of Arise – Análise

Passaram-se 4 anos desde que me estreei pela série de JRPGs conhecida como Tales of, uma franquia que nunca tinha ouvido falar antes da minha análise. Tales of Berseria continha algum encanto no seu elenco de personagens e fez-me entender a adoração dos fãs, mesmo que não partilhasse desse sentimento, culpabilizando o mundo despido e desinteressante, e um combate que me parecia retrógrado. Bem, o mesmo não acontece este ano, com a Bandai a trazer à tona mais um excelente jogo, revigorando uma série que celebra os seus 25 anos.

Tales of Arise conta a história de dois planetas, Dhana e Rena. A população de Rena caminha num mundo tecnologicamente avançado e há mais de 300 anos que escraviza os habitantes de Dhana com o seu poderio militar, de forma a extrair todo o minério e restantes recursos. Uma história séria e bastante política, lembrando Final Fantasy XII, o meu favorito da franquia da Square.

Talvez por isso me tenha familiarizado com o elenco e sobretudo com os dois protagonistas, com a relação entre Alphen e Shionne a guiar toda a narrativa por entre caminhos interessantes e propositados. De um lado temos Alphen, o jovem herói deste conto, dono de um misterioso passado que lhe levou a perder a memória e a não sentir dor, e do outro Shionne, uma dura heroína que procura derrotar os cinco lordes que governam os diferentes reinos em Dahna, e que ao contrário de Alphen, provoca dor a todos aqueles que lhe tocam através de magia fora do seu controlo.

(…) um dos melhores elencos que alguma vez vi num JRPG…

Os dois preenchem-se na perfeição e partilham o protagonismo de forma brilhante, apoiados pela maga de Cyslodia Rinwell, a cavaleira Kisara, o especialista de combate corpo-a-corpo Law e o sarcástico Dohalim. As suas diferentes origens, personalidades e interações fazem com que este seja um dos melhores elencos que alguma vez vi num JRPG, deixando-se levar pelos clichês típicos do género, mas não em demasia.

O combate é uma das áreas onde se nota maior evolução, assemelhando-se mais com um Final Fantasy VII Remake, onde o género Hack and Slash se funde com os vários elementos que formam um JRPG, tornando a ação mais dinâmica e rápida, exigindo ainda assim estratégia, experimentação e muitos erros de forma a atingir a melhor rotação de habilidades, conhecidas em Tales of Arise como Artes.

O jogador controla apenas uma personagem de cada vez, deixando as outras a atuarem sozinhas, uma vez mais à semelhança de FF XII. Tal como acontece no jogo da Square Enix, podem ativar ou desativar quais as habilidades que querem que cada membro da equipa use durante os encontros, prevenindo que gastem CPs (Cure Points) e AGs (Arte Gauge) não adequados.

Felizmente são raras as ocasiões que isso acontece, com a IA a fazer um bom trabalho em selecionar as melhores habilidades, embora seja aconselhado irem rodando os vários membros da equipa. Um sistema de combate que fica continuamente melhor quanto mais Artes e membros têm, muito por fruto dos Overlimits, Mystic Artes e Boost Strikes que preenchem o ecrã com golpes de espetacularidade.


Continua…

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