God of War PC – Análise

Quase quatro anos depois, God of War chega finalmente ao PC, em mais um sólido passo na recente estratégia da Sony, que quer levar os seus exclusivos para uma nova plataforma, escancarando as portas para toda uma nova experiência e acima de tudo, um novo público, quebrando uma barreira que apenas limita a acessibilidade dos jogadores.

Escusado é dizer que passado todos estes anos desde o seu lançamento, God of War mantém toda a sua relevância, seja na forma como a sua história é contada, como na forma como foi desenhado o seu mundo e claro, toda a ação que dá vida a ambos. A grande diferença é a nova performance que os PCs podem oferecer ao jogo, melhorando ainda mais os já por si fenomenais gráficos do jogo, isto claro se tiverem uma máquina que aguente.

Máquina de guerra

Começando por este aspeto, talvez o mais relevante para quem já conhece God of War, é seguro afirmar que esta é mais uma adaptação bem conseguida pela Sony. Depois de alguns engasgos com Horizon Zero Dawn, a empresa aperfeiçoou o processo com Days Gone e agora volta a repeti-lo, com sucesso evidente. Ainda que não ofereça um leque de opções de personalização e performance tão robusto como muitos jogos recentemente lançados para PC, é mais do que suficiente para a vasta maioria dos jogadores desta plataforma.

No que toca à performance, não encontrei qualquer tipo de problema ao longo das mais de 40 horas de jogo, com exceção de um crash e de uma ou outra quebra na taxa de frames. Num PC com uma Nvidia 1060, 16 GB de RAM e um processador i7-8700, o jogo corre sem qualquer problemas nas suas opções originais, a 60FPS, com uma resolução de 1080p. Com as opções gráficas altas, a framerate baixa para cerca de 30 FPS, e em Ultra a conversa é obviamente outra. No entanto, fica clara a boa otimização do jogo, que mesmo com um setup mais datado consegue oferecer uma experiência bastante sólida e constante.

No que toca ao resto, God of War continua a ser um jogo impressionante – o mundo e a história criada pelo Santa Monica Studio são arrebatadores e merecem ser experienciados por qualquer jogador de PC.

F de Família

Longe vão os tempos que Kratos era apenas um Deus sedento de vingança, unidimensional, onde a única humanidade que lhe restava era o seu corpo. Agora, Kratos tem mais de homem do que de Deus, e isso torna-se dolorosamente evidente nas suas interações com o seu filho Atreus. A raiva ainda está lá, a violência nunca lhe saiu do sangue e o seu passado de destruição e vingança ainda o persegue, em todos os momentos da sua jornada.

São os momentos de dúvida e fraqueza que conferem a Kratos uma humanidade que nos desarma e que contrasta de forma brilhante com a sua natureza violentíssima, deselegante e direta, mas tremendamente eficaz e satisfatória. Foi-me impossível não ficar comovido com pequenos gestos, como Kratos a colocar uma mão no ombro do jovem Atreus ou quando o deus helénico esboça um sorriso ao filho.

São os momentos de dúvida e fraqueza que conferem a Kratos uma humanidade que nos desarma…

Inevitavelmente, a relação entre Kratos e Atreus toma o palco central do God of War, e é deliciosa do princípio ao fim. A aventura começa com a morte da mãe de Atreus, que se transforma na primeira de muitas dolorosas lições para o rapaz. Inocente, inexperiente, curioso, cheio da compaixão típica das crianças, Atreus é praticamente a antítese de Kratos, e o Deus grego faz questão de realçar o fato em praticamente toda a aventura.


Continua…

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