Dying Light 2 – Análise

Não deixa ser um tanto quanto irónico que a Techland tenha sido forçada a adiar por mais do que uma vez Dying Light 2, um jogo cuja história gira em torno de uma pandemia global que transforma as pessoas em zombies, só para o lançar no meio de uma pandemia global real. Embora preocupante, a que nos afeta não nos transforma em zombies nem exige que sejamos exímios praticantes de Parkour, a saltitar entre telhados. No entanto, fica a ideia que o COVID-19 teve um impacto considerável no desenvolvimento do jogo.

Dying Light 2 traz de volta o sistema de movimentação que o primeiro jogo popularizou, reforçando uma fórmula sólida, ainda que não a revolucione totalmente. O resultado é fantástico, explorar a cidade do jogo por entre telhados, arranha-céus, torres de água e destroços nas ruas é um tremendo prazer. Temos uma liberdade de movimento absolutamente impressionante, que se torna ainda mais robusta à medida que progredimos no jogo e acedemos a novas habilidades e ferramentas, como um planador ou um gancho.

Sem trânsito, sem problema

Da primeira à última hora de jogo, nunca tive qualquer problema em correr de uma ponta à outra da cidade de Villedor e muitas vezes preferi fazer a travessia pelo próprio pé (e mãos) ao invés de recorrer ao sistema de ‘fast travel.’ O mundo de Dying Light 2 é o seu maior ponto forte, temos em mãos uma cidade massiva para explorar, polvilhada de recursos para pilhar, bandidos para derrotar e sobreviventes para ajudar. E claro, zombies, muitos zombies.

Tal como toda a população da cidade de Villedor, Aiden, o nosso personagem principal, está infetado pelo vírus Harran, que transforma as pessoas em zombies ou outras criaturas aterradoras. A nuance aqui é que o vírus apenas desperta de noite, ou quando estamos longe de luzes ultravioleta. Ora isto adiciona uma camada estratégica à realidade de Villedor, tornando as noites ainda mais letais e urgentes.

Assim que o sol cai, ou se entrarmos numa zona onde a luz natural não chega, começa uma contagem decrescente. Caso chegue a zero, Aiden transforma-se num zombie e é o fim da linha. Para evitar este desfecho, podemos consumir alguns itens curativos que nos dão mais alguns minutos ou procurar o refúgio de uma luz ultravioleta. A decisão sensata e segura aqui seria explorar a cidade de dia e dormir de noite, mas obviamente que isso não é sempre possível. Não só temos várias quests que decorrem de noite, como há uma série de recompensas à nossa espera na noite de Villedor. E no fundo, quem não gosta de um pouco de risco?

Noites perigosas

À noite, os zombies tornam-se ativos e saem das suas tocas. Os edifícios com recursos para pilhar ficam à nossa mercê e as ruas tornam-se particularmente perigosas: Não só ficam repletas de zombies como surgem algumas estirpes especiais, entre elas um zombie que grita e chama a atenção dos outros. Quando uma destas criaturas nos vê, só nos resta fugir, pois somos perseguidos por uma horda de zombies, que nem nos telhados nos dá tréguas.

São estes momentos que ajudam a criar uma tensão palpável em Dying Light 2. Rastejar por um edifício repleto de zombies adormecidos à procura de recursos raros ou os sprints desalmados por entre hordas de criaturas, telhados e terraços, enquanto conto os segundos que ainda tenho antes de me tornar num monstro – por mais do que uma vez dei por mim colado ao ecrã, agarrado ao comando com toda a força, enquanto tentava desesperadamente abrir uma porta trancada que escondia recursos.


Continua…

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