eFootball 2023 – Análise

Na preview, disse que eFootball 2023 tinha entrado no jogo a perder 0-4, mas que já tinha reduzido para 1-4 no final da segunda mão. Esta eliminatória especial foi à terceira mão, e é hora do tira-teimas. Será que o Rei voltou?

A resposta rápida é não. A resposta mais longa e complexa é: não, mas está a caminho. eFootball 2023 consegue melhorar em praticamente todos os aspetos dentro do campo, porém a estratégia da Konami para este título continua a ser o seu verdadeiro calcanhar de Aquiles.

Pouca parra e pouca uva

Não deixa de haver uma série de pontos positivos em eFootball 2023. O impacto inicial daquelas partidas offline não pode ser menosprezado. Melhor a nível gráfico, mais responsivo e com pormenores deliciosos. Mas um jogo de futebol não pode viver dos modos offline. Ou melhor, até pode, mas só se estes forem muito bem construídos e variados. Em eFootball 2023, este não é o caso, até porque a Partida de Exibição é o único modo single-player disponível.

Por isso, saltei prontamente para Dream Team. A ideia do modo é bem desenhada, e a motivação para melhorar a equipa e jogar mais está lá. Podemos melhorar um jogador até ao seu limite máximo da forma que entendermos. Por exemplo, comprei o defesa do AS Monaco, Axel Disasi, e melhorei os seus atributos até chegar a uma classificação geral de 86. Foquei-me sobretudo nas capacidades de defesa e velocidade, mas, se o quisesse utilizar como médio defensivo poderia aumentar a qualidade de passe, sacrificando alguns dos outros atributos.

Este sistema de Dream Team permite tornar cada equipa mais única, algo necessário para evitar que todos tenham os mesmos jogadores. Afinal, o número de licenças disponíveis em eFootball é mais reduzido do que em FIFA, pelo que há um leque menor de cartas à escolha.

  No modo Dream Team, é possível fazer upgrade dos jogadores, selecionando os atributos específicos a melhorar.

Os jogadores já se queixam da qualidade dos servidores de eFootball há muito tempo, e os problemas parecem manter-se nesta edição. Ao longo das sessões, sofri de problemas como input lag que chegava aos dois segundos, mesmo quando a minha conexão e a do adversário era estável.

O atraso surgia aleatoriamente durante a partida, ou seja, nem acontecia depois de um stutter. Recordo-me de um lance em que estava a atacar e, ao mudar de jogador, o input lag começou aleatoriamente. Reparei nisto a acontecer com outros jogadores, uma vez que via o cursor contrário a mudar demasiado tarde face à minha ação.

  A jogabilidade de eFootball 2023 privilegia o passe, mas fá-lo até um ponto em que o drible é praticamente inútil.

Tiki-Taka… Tiki… Taka…

Em termos de gameplay, o ambiente online também permitiu ver algumas das limitações do motor de jogo. Um dos principais problemas atualmente é a influência da AI na defesa. Os cortes e interceções são praticamente automáticos. Isto retira dois elementos de diversão: a defender, o desafio é praticamente nulo. Há inclusive uma mecânica que consiste em mudar o controlo para o Guarda Redes e deixar o AI defender. Para quem ataca, é praticamente impossível vencer um adversário numa situação 1v1, tornando o drible numa arma praticamente inútil.


Continua…

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