Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões (PC) – Análise

Não há muito para dizer sobre Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões que não tenha sido já dito. Aqueles que eram considerados dos melhores jogos da PlayStation 4, receberam uma versão melhorada para a PlayStation 5 no início deste ano e chegam agora ao PC, com a Sony cada vez mais confortável nesta que já é uma espécie de segunda casa.

Escusado é também dizer que se na PlayStation 5 Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões desfrutava de uma tremenda melhoria gráfica e a nível de performance, no PC deixa para trás qualquer limite, isto se tiveres uma máquina suficientemente poderosa para aguentar as exigências das aventura de Nathan Drake, Chloe Frazer e companhia.

Descansem aqueles com máquinas mais modestas, a Sony já mostrou saber o que está a fazer com estas adaptações para PC. O estúdio aprendeu muito rápido e desde que lançou Horizon: Zero Dawn no PC, que a evolução neste campo tem sido notória. Tive o prazer de poder analisar praticamente todos os exclusivos da PlayStation que rumaram à plataforma, e se Zero Dawn me presenteou com crashes e alguns bugs, esse fenómeno rapidamente se tornou coisa do passado.

Isto não significa que a performance de Uncharted é perfeita – em alguns momentos senti uma variação significativa na framerate, especialmente nos mais movimentados, com explosões e tiros a encher o ecrã. Nada que uma visita às definições do jogo não resolvesse, afinal, a máquina onde joguei Uncharted corresponde às especificações recomendadas. Também senti um pequena melhoria com a atualização das drivers da gráfica da Nvidia, que muito recentemente receberam uma atualização. Foi pequena, mas tudo conta quando estamos à procura da melhor experiência. Também ajuda se esperarem que o jogo crie os Shaders na primeira vez que o abrem, confiem em mim.

As opções de personalização e acessibilidade de Uncharted são modestas, e em alguns casos podem não ser suficientes, mas gozam de um maior leque de acessórios compatíveis com o PC do que com a PlayStation 5. Neste departamento, de assinalar que o jogo é totalmente compatível com o DualSense no PC.

Um tesouro repetido?

No fundo a versão PC de Uncharted serve como uma fortíssima introdução para aqueles que não conhecem as aventuras de Nathan Drake. Se já jogaram Legacy of Thieves Collection na PlayStation 5, não há muitas razões para regressar – a não ser que estejam à procura da melhor experiência de jogo que Uncharted pode oferecer, sendo que nesse caso é necessário um investimento considerável para sentir a diferença.

Para quem nunca jogou Uncharted a conversa é outra obviamente. Mesmo que desconheçam a história das primeiras aventuras de Nathan Drake, é muito fácil perceber a fama do personagem – o tipo é genuinamente carismático e engraçado. A performance de Nolan North é um dos pilares do personagem, o outro é a forma como a Naughty Dog cria os diálogos do jogo, um detalhe que já faz parte da assinatura do estúdio e que ajuda a criar momentos cinemáticos, cheios de vida e de personagens que cuja presença vai muito além dos polígonos que os constituem.

Esta mestria da Naughty Dog também se faz sentir em Lost Legacy, a aventura mais curta que deixa Drake para trás para se focar em Chloe e Nadine, que replicam a fantástica química de Nathan e Sully. Ainda que seja uma aventura mais curta e não tenha um desenvolvimento tão elaborado em termos narrativos, O Legado Perdido é uma sólida aventura que estabelece Chloe Frazer como uma heroína capaz de olhar Drake olhos-nos-olhos.

A fórmula de Uncharted sente-se em todos os momentos de O Fim de um Ladrão e O Legado Perdido e é fácil perceber porque é que esta é uma das franquias mais icónicas da PlayStation e a aposta da Sony. O nível de detalhe em colocado em todos os momentos do jogo é absolutamente incrível, desde os primeiros momentos do jogo.

Como é possível não adorar o momento de nostalgia de Drake, enquanto brinca no sótão de casa com pistolas de brincar e saboreia as memórias das suas façanhas? E o que dizer da química de Drake e Elena, que decidem quem vai lavar a louça com um jogo de Crash Bandicoot? Haverá alguma pessoa que não tenha ficado boquiaberto com as soberbas paisagens do jogo, de Itália ao Panamá?

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