Resident Evil Village: Shadows of Rose – Análise

Resident Evil Village: Shadows of Rose estreou na semana passada, fazendo parte do pack Winter’s Expasion, que contém o DLC, o modo terceira pessoa e o Mercenaries. Um ano e meio separa os lançamentos do jogo base e do DLC, sendo que este último chega com a promessa de colocar um ponto final na história da família Winters.

Aproximadamente dezasseis anos após os acontecimentos originais, vestimos a pele de Rosemary, a filha de Ethan e Mia. Atrevo-me a dizer que não há DLC mais esperado do que este para o presente ano. Depois do fim proposto para Resident Evil Village, em que nos é mostrada uma cinemática da já crescida Rose, a curiosidade pode finalmente ser “morta” e acabar com o desespero de uma família tudo menos normal. E é na normalidade, ou falta dela, em que Shadows of Rose aposta. Rose passou por momentos extremamente conturbados, não apenas pela ausência do pai, mas também pelo seu código genético, que lhe confere características estranhas e que a fazem perseguir a normalidade, ainda que o caminho até lá seja completamente paranormal.

(Des)necessário

Antes de qualquer outra coisa, considero importante abordar a pertinência deste DLC. Afinal de contas, Resident Evil Village terminou de forma bastante resolvida para Ethan Winters, e a cena final, apesar de indicar uma continuação, podia muito bem ter sido interpretada como uma carta de amor aos fãs da franquia, que viram sua a filha já crescida, bem de saúde e acompanhada espiritualmente pelo pai.

Um ponto final podia ter acontecido, mas a Capcom decidiu oferecer aos fãs a oportunidade de voltar a mergulhar na história da família uma última vez. Se era estritamente necessário? Não. Mas qualquer oportunidade para revisitar os locais do original seria bem-vinda, e nada melhor do que agarrá-la com as mãos de Rose, umas mãos que agora estão repletas de poder e prometem acabar, de vez, com o mistério em volta do Megamiceto.

Difícil não é impossível

Shadows of Rose carrega consigo uma árdua missão e durante todo o tempo de gameplay – que ronda as 3-4 horas – nem nos apercebemos disso. Somos, de forma absolutamente imersiva, guiados na direção de uma realidade alternativa, na companhia de Rose, em busca de alguma normalidade. Rose, tal como o pai, tem poderes que a fazem sentir diferente de todos os outros e que a impedem de ter uma vida normal. O desespero da adolescente é tanto, que está disposta a fazer tudo para perder os poderes. No entanto, Rose nem sonha que se vai cruzar com Miranda, inspirada por uma nova força, agora que acredita ter descoberto a fórmula para chegar até ela e possuí-la.

Poderia sentir que a produtora pensou na narrativa do DLC de forma um tanto rebuscada, pois foi buscar os mesmos sítios do jogo original, a mesma jogabilidade de puzzle, personagens, entre outros elementos. No entanto, o protagonismo de Rose está tão bem estipulado, que na verdade nem pensamos nisso quando damos de caras com todos estes elementos repetidos. Aquilo que queremos, de facto, é passear Rose pelos mesmos sítios onde estivemos com o pai, interagir com as personagens e desvendar os puzzles, agora com recurso aos poderes de Rose.

A produtora fez o que era difícil, mas não impossível. Estamos de volta ao Castelo Dimitrescu, à casa Beneviento, entre outros locais, com a mesma emoção, mas com uma nova missão.

Nem tudo é o que parece

O DLC de Resident Evil Village é o verdadeiro significado da expressão “nem tudo é o que parece”. Os plot-twists são várias, e posso dizer que não antecipei nenhum. Personagens que ajudaram Ethan, estão agora a perseguir Rose e a tentar matá-la; até mesmo o regresso do Biohazard é imprevisível, mas extremamente pertinente. Shadows of Rose combina uma série de elementos que lhe confere, na íntegra, o rótulo de uma experiência completa de gameplay, e até mesmo obrigatória para todos os fãs da franquia, mais concretamente, todos aqueles que acompanham a família Winters desde o Resident Evil 7.

O suspense está presente desde o início, quando vemos réplicas de Rose espalhadas por todo o lado, mortas, pintadas em quadros, e algumas ainda vivas a suplicar pela vida. Neste sentido, o modo de terceira pessoa é incrível, porque não só nos faz ver e comparar o corpo de Rose, ao lado daqueles que se encontram cadavéricos e totalmente desfigurados, como nos confere uma certa nostalgia do Resident Evil 4.


Continua…

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