Onze congressistas norte-americanos assinaram cartas onde se mostraram preocupados com “práticas anti concorrenciais” alegadamente utilizadas pela Sony para obter uma vantagem sobre a Xbox no mercado japonês.
As duas cartas, assinadas por membros dos Partidos Democrata e Republicano, foram endereçadas à Embaixadora Katherine Tai e à Secretária do Comércio Gina Raimondo. As cartas foram obtidas pela Axios, que entretanto as publicou:
“Hoje, escrevemos para chamar a vossa atenção para o desequilíbrio do mercado japonês de videojogos, estamos preocupados que isto possa ser o resultado de uma prática comercial discriminatória que pode violar o espírito do Acordo Comercial Digital EUA-Japão”, lê-se numa das cartas.
Segundo os congressistas, a Microsoft apenas conseguiu conquistar uma quota “negligenciável” de 2% do mercado de consolas desde que entrou no Japão em 2002 com a Xbox. Os legisladores sugerem que este resultado se deve à estratégia da Sony de “negociar sistematicamente” com editoras para garantir a exclusividade dos seus títulos e de lhes pagar para não lançar conteúdo nas consolas da Microsoft.
“O nosso entendimento é que o governo japonês tolera uma série de condutas de exclusão por parte das suas empresas nacionais que podem violar as leis antitrust do Japão, e que esta inação do governo japonês prejudica a capacidade das empresas americanas de competir no país”, continuou a carta.
De acordo com uma segunda carta assinada por membros do Estado de Washington, estas práticas comerciais podem colocar em causa o Acordo de Comércio Digital EUA-Japão. Este acordo compromete o Japão a fornecer “tratamento não discriminatório aos produtos digitais dos EUA…tais como jogos de consola”.
Ambas as cartas pedem ao Representante Comercial dos EUA para “consultar o Japão para abordar a questão”, de forma a “identificar as barreiras adicionais colocadas às empresas americanas no acesso ao mercado de jogos japonês”.
“As tácticas anticoncorrenciais da Sony merecem ser discutidas, e congratulamo-nos com uma investigação mais aprofundada para assegurar a igualdade de condições na indústria dos videojogos”, disse o porta-voz da Microsoft David Cuddy numa declaração à Axios. No entanto, a empresa não revelaria até que ponto tinha dominado as cartas.
Este pedido chega pouco tempo depois da Japan Fair Trade Commission ter aprovado a compra da Activision Blizzard pela Microsoft.
Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios em @pmnpestana
