Convergence: A League of Legends Story – Análise

O Universo de League of Legends continua a expandir-se em todas as direções. Depois do estrondoso sucesso que foi a Arcane, a Riot Games continua a somar colaborações com estúdios que esculpem o mundo de Runeterra. Desta vez, regressa a Zaun, a cidade labiríntica e caótica que cresceu na sombra de Piltover, num Metroidvania que homenageia a fórmula clássica, com Ekko a assinar um toque especial.

Tal como o recentemente lançado The Mageseeker, CONVERGENCE: A League Of Legends Story nasce no berço Riot Forge, o braço editorial da Riot Games, que se juntou ao estúdio Double Stallion, responsável pelos jogos Big Action Mega Fight e Speed Brawl.

O estúdio não esconde ao que vem, e de forma bastante inteligente, foca-se naquilo que faz bem e onde se sente confortável – ação em 2D com muito rimo e bastante fluidez. Para este efeito, não tenho dúvidas de que Ekko é uma das escolhas mais acertadas, de todos os (atuais) 163 champions de League of Legends.

Quem é fã do MOBA, está certamente familiarizado com o gameplay de Ekko. Um personagem rápido, ágil, com muita mobilidade, mas que em contrapartida, é relativamente frágil (não vamos ter aqui em conta quando Ekko era usado com um tank). Engenhoso e criativo, o segredo do poder de Ekko reside no Zero Dive, uma engenhoca que lhe permite voltar atrás no tempo. Se em League of Legends isto lhe permite criar jogadas vistosas ou fugir da morte iminente, em Convergence é um pilar central do gameplay.

Em Convergence, Ekko mantém o perfil que tem em League Of Legends: ágil, cheio de truques vistosos, mas frágil, o que dá espaço para que o Zero Drive assuma uma dimensão central no jogo. Com esta ferramenta no arsenal, podemos voltar atrás no tempo uns bons segundos, de forma praticamente livre – ainda que isto custe recursos, são abundantes ao ponto de raramente ter sentido falta deles, excetuando alguns momentos cruciais, onde tive de ponderar muito bem as minhas ações.

E qual é o interesse de voltar atrás tempo? Em primeiro lugar, esta possibilidade elimina por completo a frustração de cair no abismo após calcular mal o tempo de salto, ou evitar a morte, fruto de uma bala perdida ou um ataque de um adversário. À medida que progredimos no jogo, este sistema desenvolve-se de forma bastante inteligente, sem nunca fugir à identidade de Ekko. Se em LoL a habilidade Timewinder, tipicamente mapeada à tecla ‘Q’, serve para incomodar os adversários à distância, em Convergence também pode ser utilizada para ligar interruptores. Já a habilidade da tecla ‘W,’ Parallel Convergence, pode ser utilizada para congelar o tempo em certos pontos do ecrã, paralisando inimigos, mantendo portas abertas, plataformas de pé e armadilhas desativadas.

Esta versão de Zaun é bem mais colorida.

Num todo, isto resulta num sistema extremamente divertido, que tal como num Metroidvania que se preze, vai ganhando força à medida que progredimos no jogo. Cada área de Zaun esconde puzzles ambientais que são uma delícia de resolver, entre saltos, deslizes, inimigos e os ocasionais erros que vamos cometendo – felizmente, nada melhor que rebobinar uns quantos segundos para tentar outra vez. Posso dizer que vale a pena desvendar os segredos de Zaun, até porque há recompensas para todos os gostos. Para além de peças usadas para criar acessórios que concedem bónus e alteram o nosso gameplay, há pequenas notas que aprofundam o enredo do jogo, ‘skins’ e recursos, que podem ser trocados por novos ataques e habilidades, que tornam o arsenal de Ekko ainda mais rico.

Ação à parte, Convergence assume uma versão mais caricatural de Zaun do que League of Legends ou mesmo Arcane. Isto acaba por jogar a seu favor, dando uma certa alegria e boa disposição ao jogo, dando a ideia de que Zaun é o jardim de Ekko, onde ele pode brincar à vontade. Isto reflete-se também nas outras personagens do universo de League of Legends que marcam presença no jogo, mas cuja influência e história não é muito aprofundada. Quem já é fã Warwick, Jinx ou Camille, pode ficar a desejar um pouco mais dos personagens, enquanto que os novatos até vão ficar bem servidos, mesmo que não liguem muito à história, ou não estejam familiarizados com o universo de League of Legends.

Felizmente, o estúdio Double Stallion conseguiu criar versões de Zaun e de Ekko capazes de aliciar tantos os fãs de League of Legends à procura de conhecer melhor o mundo de Runeterra, como aqueles que estão à procura de um Metroidvania para investir umas boas horas de jogo. Caso se encontrem em ambos os campos, ainda melhor.

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