Asus ROG Ally – Poder Portátil

A Asus ROG Ally é a nova concorrente na arena das consolas portáteis dedicadas ao PC Gaming. Dotada de um display com uma resolução de 1080p, uma taxa de atualização de 120 Hz e um processador AMD Ryzen Z1 Extreme Zen 4 é a primeira grande concorrente à Steam Deck, que até agora era a rainha do mercado – não que não tenha os seus méritos, mas não podemos esquecer que ainda há poucas opções nesta área.

A ROG Ally quer afirmar-se como uma séria alternativa à Steam Deck e não lhe faltam argumentos para isso, ainda que o preço possa deixar alguns de pé atrás. Em Portugal, está a venda por 799 euros, mais 100 que a versão superior da Steam Deck, que custa 679 euros.

Na prática, a Rog Ally funciona como um computador portátil equipado com o Windows 11, com todos os pontos positivos e negativos que isso implica. Sem ficar preso a um pingue-pongue de comparações entre a Rog Ally e a Steam Deck, é mais fácil correr qualquer tipo de aplicação nativa do Windows na Ally do que na consola da Valve, incluindo o Game Pass. Correr jogos da Steam na Rog Ally não é particularmente difícil, mas exige alguma configuração prévia do nosso lado. Não sejam ingénuos como eu, que levei demasiado tempo até perceber que tinha de correr a Steam no modo Big Picture para garantir que tudo funcionava sem problemas.

Design

A Rog Ally não quebra a fórmula que tem vindo a ditar o design das consolas portáteis da última década. Nem faria sentido tentar reinventar a roda, ou introduzir um novo formato quando o existente já funciona tão bem e é familiar para praticamente todos os jogadores, com um ecrã de 7 polegadas no centro, imediatamente ladeado por botões de controlo similares ao que podemos encontrar num comando da Xbox. Para além disso, possui dois botões dedicados para abrir o software Rog Armoury Crate, ou um menu de configuração onde é possível ajustar as definições da consola, como a resolução, taxa de atualização, modo de controlo ou luminosidade.

Fora dos jogos, os sticks funcionam como um cursor de rato, que por sua vez pode ser usado para interagir com o Windows.

À primeira vista, com 28 centímetros de largura, 13 de comprimento e 4 de espessura, a Rog Ally parece bem mais pesada do que realmente é – apenas pesa 608 gramas! Mesmo com a ressalva de que tenho mãos grandes, nunca senti qualquer desconforto, mesmo depois de muitas horas de jogo contínuas.

Performance

Graças ao seu display LCD de sete polegadas, capaz de 500 nits de luminosidade, a ROG Ally consegue criar uma imagem vibrante, com uma qualidade surpreendente, mesmo em dias de sol ou em ambientes mais iluminados, o que é algo a ter em conta se tiveres planos para a usar em viagens por paragens solarengas.

O maior obstáculo que enfrentei na ROG Ally foi o seu interface. Interagir com o Windows não deverá ser um problema para a esmagadora maioria das pessoas, mas a consola tem algumas nuances que não são aparentes à primeira vista. Teoricamente, qualquer jogo compatível com o Windows pode ser corrido na Ally, desde que os requisitos sejam compatíveis. Isto inclui jogos de todo o tipo de plataformas, como a Steam, Epic, GOG ou o Xbox Game Pass, que acaba por ser um grande destaque, ainda que com algumas espinhas. Se já experimentaste o cliente de PC do Game Pass, então de certeza que já te deparaste com alguns bugs ou glitches. Infelizmente, eles continuam presentes aqui, ainda que não sejam frequentes ao ponto de estragar a diversão.

Já o software ROG Armoury Crate exige algum tempo de habituação para ficarmos a perceber as suas funcionalidades e como o devemos utilizar, tendo-me forçado a um par de resets durante a minha análise. Por mais do que uma vez, não fui capaz de arrancar com o Forza Horizon 5 através do Armoury, sendo forçado a correr o jogo diretamente através da aplicação Xbox. Já que estou neste tópico, o Windows 11 ainda não suporta o Quick Resume que existe na Xbox Series, ou seja, não podes suspender um jogo e regressar ao mesmo ponto mais tarde, tens que gravar e sair, tal como se estivesses a jogar no PC. Saltar entre jogos não é uma boa opção, pois acarreta um esforço maior para a consola, sendo que a melhor opção é geralmente fechar os jogos que não estás a correr. Fico com a ideia de que este tipo de hardware beneficiaria imenso de uma versão do Windows 11 feita a pensar no gaming.

Após o período de habituação inicial, as coisas ficam mais fáceis, e este é um precisamente um dos pontos fortes da ROG Ally, a flexibilidade que oferece para explorar diferentes plataformas digitais, sem ter de recorrer a ‘truques.’

A ROG Ally tira partido total do novo processador móvel Z1 Extreme da AMD, mais potente do que o do Steam Deck, especialmente quando corremos a consola no modo de performance máximo. Juntando a isto a possibilidade de correr jogos numa resolução de 1080p, e temos aqui uma máquina capaz de correr de forma respeitável alguns dos lançamentos mais recentes. No vácuo, é um tanto quanto difícil ter uma noção no que isto se traduz quando comparado a outras ofertas do mercado, por isso, deixo aqui uma comparação feita pelos nossos colegas do IGN, que mediram a performance da ROG Ally ao lado da Steam Deck e da Ayaneo 2.

O ROG Ally tem uma performance bastante sólida, ficando apenas atrás da Ayaneo 2.

Como podemos ver, a ROG Ally consegue uma performance muito sólida em ambos os modos de performance, ficando apenas atrás da Ayaneo 2, em algumas situações em particular.

Nota bastante positiva para o som da ROG Ally. Mesmo assumindo que a maior parte dos utilizadores da consola recorra a fones, especialmente quando fora de casa, a ROG Ally está equipada com colunas bastante capazes, que impressionam pelo volume e qualidade do som.

Autonomia

Tal como é comum neste tipo de equipamento, a autonomia da bateria deixa algo a desejar. A Asus afirma que o ROG Ally tem capacidade para 6 a 8 horas de operação para reprodução de vídeos e à volta de duas quando o assunto é gaming intenso. Enquanto jogava CONVERGENCE: A League of Legends Story a 1080p, a bateria durou cerca de 3 horas, no entanto, jogos mais exigentes como Elden Ring descarregaram-na por completo sensivelmente em menos de duas horas.

Uma coisa é certa, a autonomia da bateria varia bastante, não só de acordo com a exigência dos jogos, como também de acordo com o modo de performance da consola. Nesta aspeto, o Armoury é algo teimoso, especialmente com os jogos mais pesados, que tendem a ativar automaticamente o modo de performance mais exigente da consola, reduzindo significativamente a duração da sua bateria.

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