Razer Kishi – Análise

Os videojogos nas plataformas mobile não param de crescer, não só com uma maior oferta, mas também com a introdução de novos serviços de Cloud, que permitem aos utilizadores jogar títulos outrora apenas disponíveis para outras plataformas. Em resposta, a indústria foi criando controladores para ultrapassar as limitações de um smartphone, especialmente a nível da interface.

A aposta da Razer com o comando Kishi passa por manter a portabilidade das plataformas mobile. Com um design pequeno e retrátil, o comando encaixa diretamente na entrada USB-C do telemóvel, o que lhe dá, logo à partida, uma grande vantagem relativamente aos comandos com ligação Bluetooth.

A nível de design, é difícil não comparar o Kishi a um par de Joy Cons da Nintendo Switch, com a diferença que as duas metades estão ligadas por uma banda elástica, que no meio contém uma pequena placa com protuberâncias que ajudam a manter o telemóvel no sítio. Não são de borracha, portanto há a possibilidade de causarem riscos, dependendo do material dos dispositivos.

O Kishi contém uma entrada USB-C na metade direita, o que permite carregar os dispositivos enquanto jogas. Não possui uma entrada jack, pelo que será necessário recorrer a fones com ligação Bluetooth caso não queiras ter o som a sair do teu smartphone. Neste sentido, o Kishi tem duas pequenas ranhuras no lado direito, feitas a pensar nas colunas dos telemóveis. Este pequeno pormenor ajuda principalmente os dispositivos com colunas situadas na zona da entrada USB-C.

No que toca à compatibilidade, o comando funciona com qualquer telemóvel da Razer e com os dispositivos principais das grandes marcas, como o Google Pixel 2 ou os Samsung Galaxy 8, entre outros modelos mais recentes, como o Note20. A escolha não fica por aqui, pois a ligação direta USB-C garante-lhe uma conectividade com um grande leque de dispositivos, exigindo apenas que a entrada esteja centrada na parte de baixo do terminal, que as suas dimensões não sejam superiores a 78.1 x 163.7 x 8.8mm e que consiga correr o sistema operativo Android 8.0 Oreo.

No que toca aos dispositivos da Apple, a Razer lançou um modelo específico para iPhones.

Uma vez montado, altura de pôr o comando à prova.

Embora não seja o comando mais ergonómico, especialmente para quem tem mãos grandes, esta é uma contrapartida inevitável devido à sua portabilidade. Os sticks analógicos são sólidos e possuem uma boa elasticidade, embora sejam pequenos. Os gatilhos oferecem uma boa resistência, e a única dificuldade que tive com eles foi carregar simultaneamente nos gatilhos do mesmo lado, pela sua proximidade. Finalmente, o D-Pad é possivelmente o elemento mais fraco, sendo um tanto quanto rígido e particularmente desconfortável nos inputs diagonais.

No que toca à compatibilidade com os jogos, o Razer Kishi é totalmente compatível com os serviços de cloud gaming atualmente disponíveis – Google Stadia, Microsoft xCloud e GeForce Now e é essa a sua principal força.

Por outro lado, nos restantes jogos criados a pensar nos dispositivos Android a compatibilidade não é garantida. Em primeiro lugar é necessário utilizar o software do comando, que lista todos os jogos compatíveis com o Kishi. Em segundo lugar, nem todos os títulos permitem a sua utilização, tal como os populares Call of Duty Mobile ou PUBG Mobile. Fortnite é exceção à regra e permite uma integração sem qualquer problema. A aplicação do Kishi contém uma lista de todos os jogos compatíveis, que podem ser lançados através da app.

É no Cloud Gaming que o Kishi brilha, permitindo um controlo adequado para esquema que não foram desenvolvidos a pensar nos ecrãs táteis dos smartphones. A responsividade superior da ligação direta USB-C e a sua portabilidade fazem o casamento perfeito com o cloud gaming, transformando os telemóveis compatíveis, em verdadeiras consolas portáteis.

Uma alternativa sólida para jogar nos dispositivos móveis, especialmente através de serviços de Cloud, a compatibilidade do Kishi pode ter algumas lacunas, mas funciona com os principais serviços de Gaming via nuvem. Transforma o teu telemóvel num comando sólido, portátil e relativamente confortável, com um preço que até pode afastar os jogadores mais casuais, mas que assentará perfeitamente nas mãos daqueles que querem ter sempre consigo a experiência do gaming.

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