Marvel’s Guardians of the Galaxy – Análise

A crescente aposta da Marvel na indústria de videojogos tem dado os seus frutos, com Marvel’s Spider-Man a exibir-se como um dos melhores jogos de 2018 e Marvel’s Avengers, da Crystal Dynamics, a desenvolver uma comunidade devota mesmo depois das opiniões mistas por parte de fãs e imprensa. A estreia dos Guardiões da Galáxia traz consigo algo arrojado, colorido e que tão bem representa a caricata equipa de desajustados, com uma narrativa que nos prende ao comando, prestando homenagem aos filmes e livros numa mixórdia espacial viciante e hilariante.

Guardians of the Galaxy tornaram-se numa das mais adoradas equipas de super-heróis com a estreia do filme em agosto de 2014, introduzindo a magia das Space Operas ao universo cinemático da Marvel com uma equipa de desconhecidos que conquistou o público pelo seu humor e à vontade. Aqui o efeito surpresa não acontece, dado que já se passaram 7 anos desde que os conhecemos, mas todos os outros elementos mantêm-se, com as piadas e sarcasmo a conduzirem a linha narrativa do princípio ao fim do jogo.

A história leva o grupo em busca de uma forma de pagar a dívida à Nova Corp, a polícia galáctica que ficamos a conhecer no primeiro filme, conduzindo Star-Lord e restantes a vários planetas de faunas distintas, deparando-se com personagens como Cosmo, Marguerite Hellbender, Ko-rel, Mantis e tantos outros que certamente irão alegrar os mais ávidos fãs da Marvel. Felizmente, este simples e aborrecido plano acaba por se desmoronar com a apresentação de uma entidade maligna com que nos deparamos ao início e, claro, a Universal Church of Truth e o seu líder, Grand Unifier Raker, que conduz a peripécias e momentos dignos destes heróis.

Embora Peter Quill seja aquele que dá a cara, todos os outros membros têm o seu merecido destaque, dentro e fora das batalhas.

Tudo isto é apresentado aos olhos de Star-Lord, o ex-pirata espacial e atual líder dos Guardiões da Galáxia, a única personagem que controlamos a 100% do início ao fim do jogo. A decisão de não se jogar com Drax, Gamora, Rocket e Groot levanta algumas dúvidas e questões, mas acaba por funcionar brilhantemente graças ao teor da história que a Eidos Montreal quis apresentar, eliminando também um dos maiores problemas de Marvel’s Avengers.

Embora Peter Quill seja aquele que dá a cara, todos os outros membros têm o seu merecido destaque, dentro e fora das batalhas. A Eidos deu-se ao trabalho de explorar o passado de cada um dos membros, quer através de artefactos que vamos recolhendo nos vários capítulos, desbloqueando conversas interessantíssimas na Milano, quer na própria campanha, onde nos deparamos com os medos e preocupações de cada um, criando uma maior ligação entre a equipa e, naturalmente, entre o jogador e os Guardiões.

Esta ligação desenvolve-se também graças às inúmeras referências de cultura pop que provocam um sorriso involuntário em todos aqueles que as reconhecem. The Rock, Star Wars, Pokémon, PUBG e tantas outras, nenhuma delas utilizada de forma forçada ou sem contexto. A substituição da palavra F#CK por Flark é a mais empregue e a que ainda agora me faz gargalhar.

Esta é sem dúvida a melhor e mais intrínseca história de um jogo da Marvel, em todos os elementos, não reconhecendo uma falha clara que mereça ser exposta ou falada. Das escolhas com impacto ao excelente voice acting, escrita e animações faciais, numa aventura espacial repleta de momentos marcantes e comoventes, mais que nos filmes até. É tudo aquilo que a Eidos Montereal fez brilhantemente em Deus Ex: Human Revolution e Deus Ex: Mankind Divided, adaptado agora para o universo Marvel.

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