LEGO Star Wars: The Skywalker Saga – Análise

Desde há vários anos que a TT Games tem desenvolvido uma produtiva parceria com a gigante dinamarquesa LEGO para a produção de jogos que usando diferentes marcas conhecidas do entretenimento, nos proporcionam divertidas aventuras interativas que misturam a familiaridade das figuras e cenários, com a magia das peças de plástico que apaixonam diferentes gerações.

Dentro de todos esses jogos, os LEGO Star Wars são dos mais conhecidos, geralmente lançados a acompanhar a estreia de um novo filme, para aproveitar o hype geral que se gera em torno dele. Este LEGO Star Wars: The Skywalker Saga foi lançado um pouco em contra ciclo, é certo que a franquia vive um momento de bastante vigor no serviço de subscrição Disney+, mas Star Wars está parado no cinema e passou bastante tempo desde que a Lucasfilm decidiu classificar os 9 filmes (3 trilogias) a partir do nome da família mais force sensitive da galáxia.

Claro que funciona, como tem funcionado sempre há mais de 40 anos. Star Wars é um dos nomes maiores do entretenimento, e como está uma nova série, Obi-Wan Kenobi, a caminho, a consciência coletiva estava preparada para voltar a usar a força e a pegar em lightsabers, mesmo que esses sejam de plástico e que os confrontos carreguem o humor e a ligeireza tradicionais dos títulos da TT Games.

A prová-lo está a febre que o jogo gerou no lançamento do The Skywalker Saga, batendo o recorde da série para jogadores em simultâneo na Steam e ombreando com os suspeitos do costume. E que excelente lufada de ar fresco foi para o modelo da série, é um pouco dissonante porque sabemos de cor (pensávamos nós) os acontecimentos que nos esperam em cada quadro, mas nunca que um título LEGO foi tão variado e completo a nível de gameplay, como com ele.

Abordamos as trilogias da mesma forma que podemos hoje ver os filmes, começando por qualquer ponto da linha narrativa. Convenhamos que aqui existem menos motivos para não o fazer cronologicamente, no caso dos filmes é mais importante respeitar a ordem de lançamento, para evitar o choque. A mim tem-me resolvido uma limitação importante, quero mostrar à minha filha de sete anos uma das séries mais adoradas do pai, mas desconfio que vá ser difícil prendê-la aos efeitos especiais dos anos 70, além de ainda não ter idade para assistir a amputações ou monstros devoradores de homens na areia.

A câmara nem sempre me facilita a vida quando temos o televisor dividido a metade no modo co-op, que pode ser desorientador a espaços, mas como sempre, LEGO Star Wars: The Skywalker Saga é mais divertido com companhia, independentemente do nível de agência de cada um. Há uma exceção, que são as dog fights com naves, porque enquanto um controla a direção, o outro é responsável pela mira e pelos disparos. E o controlo duplo dos analógicos pode ser demasiado exigente para uma criança.

E por falar em câmara, essa será talvez a primeira grande mudança que vão notar neste LEGO Star Wars: The Skywalker Saga, que utiliza um sistema mais dinâmico, mais próximo e semelhante aos jogos de ação e aventura modernos. Continua a não ser controlável e por isso vão existir momentos em que o posicionamento vai “trair” as vossas intenções, mas na generalidade, é uma mudança muito positiva para a franquia.

Um dos principais méritos da aventura, que como referi antes revisita eventos familiares dos diferentes episódios da Saga da Lucasfilm, é ser previsível em destino, mas surpreendente no caminho. A equipa da TT esforçou-se em garantir que as diferentes etapas em que os episódios estão divididos variam entre situações reconhecíveis e outras que ficaram fora do campo de visão da objetiva nos filmes, sempre com a preocupação de nos “tirar o tapete”, na maioria dos casos, com momentos absolutamente hilariantes e que referenciam os eventos originais, conhecidos dos fãs de sempre.

Pode ser abordado linearmente se seguirmos em direção aos indicadores do objetivo, o caminho está sempre bem sinalizado no mapa, mas cada etapa é como um mini mundo aberto, que esconde segredos em cada canto, puzzles, áreas de especial acesso e peças LEGO para descortinar. Não é nada de particularmente novo para a série, simplesmente a nova perspetiva e variedade concedem-lhe outro brilho.

A troca entre as personagens da franquia funciona no mesmo registo, mas o tipo de problemas, e mesmo de mecânicas, está sempre a alternar, garantindo que nunca sentimos estar a repetir a mesma atividade durante demasiado tempo. O shooting pode ser efetuado por cobertura por exemplo, embora os inimigos sejam quase sempre demasiado mirolhos para justificá-lo, e podemos usar a força! Controlando um objeto com a mente e atirando-o na direção dos oponentes ou controlando a mente de criaturas mais fracas, para dobrá-las à nossa vontade.

O que não mudou um milímetro foi a estratégia (vencedora) de assoberbar os jogadores com gratificações, sob forma das milhares peças de LEGO que caem dos diferentes elementos destrutíveis nos quadros. Torna-se uma obsessão colecionar tudo, aguentar depende da perturbação obsessiva-compulsiva de cada um, mas vontade dá sempre. Também não mudaram as estratégias de promoção do valor de repetição, através dos diferentes colecionáveis, no final dos quadros ficarão a saber exatamente o que perderam, e principalmente do modo como apenas certas capacidades, exclusivas de uma ou outra figura, permitem alcançar um determinado ponto ou atalho.

A prova de conceito está aprovada, serviu-se da ligação emocional que temos para com uma galáxia muito distante, jogo sujo é certo, mas afirma uma modernização há muito requisitada para os títulos da TT Games, que adivinho vá ser aprimorada ao longo dos anos que se avizinham. LEGO Star Wars: The Skywalker Saga é assim uma divertida armadilha de charme, que nos mantém agarrados graças à constante alternância de gameplay, dos confrontos nevados com os AT-AT, às lutas de lighsaber mais espetaculares, onde o dramatismo é substituído pelas reações adoráveis e imprevisíveis das principais figuras da Saga.

A prova de conceito está aprovada, serviu-se da ligação emocional que temos para com uma galáxia muito distante, jogo sujo é certo, mas afirma uma modernização há muito requisitada para os títulos da TT Games, que adivinho vá ser aprimorada ao longo dos anos que se avizinham. LEGO Star Wars: The Skywalker Saga é assim uma divertida armadilha de charme, que nos mantém agarrados graças à constante alternância de gameplay, dos confrontos nevados com os AT-AT, às lutas de lighsaber mais espetaculares, onde o dramatismo é substituído pelas reações adoráveis e imprevisíveis das principais figuras da Saga.

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